PARADOXO TOTAL
Quem diria que o segundo município mais rico do Pará fosse posar nas estatísticas nacionais entre os 100 piores em déficit de moradias. É isso mesmo. Sem tirar nem pôr, o Ipea acaba de mostrar que o município de Parauapebas é o 87º pior em déficit habitacional. Mas não é só isso. Se for considerado o critério do "adensamento excessivo em domicílios locados", a "Capital do Minério" é a 39ª do Brasil entre os atuais 5.570 municípios. Uma vergonha.
Os números divulgados pelo Ipea são preocupantes e revelam o descaso histórico das administrações municipais por décadas a fio, sendo elas coniventes com a especulação imobiliária, que, por seu turno, dificultou a universalização do acesso à moradia em Parauapebas. A supervalorização bestial do metro quadrado amparada por uma suposta ascensão de renda – que sequer chega a ser maior que a média brasileira e é uma das piores em distribuição interna – também contribuiu para o que se visualiza hoje: manifestações por espaços, muitos deles condenáveis e impróprios à habitação.
As quatro últimas gestões do município, nas mãos das quais passou R$ 1,18 bilhão, entre 1997 e 2012, foram incompetentes para resolver o gargalo que, em 1997, ainda era mínimo. O déficit, ao longo dos anos, tornou-se uma bola de neve e chegou ao final de 2012 a 20.725 domicílios, 18.867 deles na zona urbana. A população municipal sem casa própria é, atualmente, de 65.766 pessoas, 59.225 delas se virando como podem na cidade de Parauapebas. É quase uma cidade de Redenção (70.065 habitantes) sem teto.
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