As Vozes da Terra, por Léo Mendes
Os homens semeiam na terra o que colherão na vida (...):
os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
Durante minha recente visita a Parauapebas, numa das muitas rodas de exaltadas conversas e discussões, junto aos mais diversos e diletos frequentadores do “Senadinho do Baixinho”, ouvi de Renato Resende (filho) uma das mais incrustadas ideias políticas de nossa cidade: o “barrismo”.
Expresso em suas palavras, o “barrismo”, em sentido político, que é do que aqui tratamos, consiste na “obrigação moral” que têm, ou deveria ter, eleitores e eleitoras de uma cidade ou região de votar em candidatos ou candidatas ali residentes, com devida identidade política e base eleitoral. Em resumo: “Parauapebas vota em Parauapebas”.
Confesso que nunca partilhei de tal ideia. Talvez por ter minha formação política na Paraíba, estado pequeno, cujos municípios são próximos, os contatos e os laços políticos são mais estreitos; os interesses e os conflitos também. Mas, sempre reconheci este fenômeno como um dos paradigmas para qualquer análise política e eleitoral em Parauapebas.
É, pois, sem muita surpresa que recebo, através de diálogos que mantenho e de dados e números de pesquisas gerais ou específicas, algumas apenas para “consumo” e planejamento interno das diversas campanhas que acompanho, as notícias das adesões e, por tal, do fortalecimento das candidaturas de Miquinha da Palmares (PT – federal) e Marcelo Parceirinho (PSC – estadual).
Não me surpreende por vários fatores, inclusive, já destacados neste espaço em outros textos. Dois, entretanto, me parecem mais evidentes. O primeiro diz respeito ao espaço propiciado pela conjuntura eleitoral de Parauapebas: ambas as candidaturas foram favorecidas por suas bases e lideranças.
No caso de Miquinha da Palmares, o PT assegurou-lhe candidatura única na cidade, com grupo e base para fazer campanha e com perspectiva de firmar-se para pretensões futuras, ainda mais quando a escassez de lideranças é tão evidente. Já a candidatura Marcelo Parceirinho se apresenta, nesse momento, em âmbito local, como a mais promissora dentre os políticos de Parauapebas.
Ainda que suas bases seja diferentes, e cada qual por seu lado e com objetivos distintos, ambos vêm ganhando adesões de diversos líderes da sociedade civil: o primeiro, apenas a título de exemplo, já conta com o declarado apoio do secretário de Educação Raimundo Neto, a quem todos reconhecem compromisso e disposição para angariar votos.
O segundo, tem agora a seu lado o empresário Branco da White e do vereador Luís Castilho, dupla cuja força política eleitoral é indiscutível, bastando, para isso, verificarmos que este, em primeiro mandato, já é líder do governo e forte nome para presidência da Câmara de Vereadores nos próximos anos.
Os dois casos, fica-nos evidente, são mais uma demonstração do peculiar “barrismo político” de Parauapebas visto que, pelos exemplos citados, a consolidação dos ditos candidatos, nas respectivas pretensões, vem assumindo-se como “vozes da terra” e de “sua gente”. E, provavelmente, impulsionados pelo “barrismo”, outros apoios virão!
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