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sexta-feira, 19 de abril de 2024

URGENTE! Secretário de Saúde de Parauapebas é processado


Secretário de Saúde de Parauapebas é processado

Município de Parauapebas e Aselc, gestora do HGP e que fatura quase R$ 15 milhões por mês dos cofres públicos, também são réus na ação popular que deverá ser julgada pelo magistrado Lauro Fontes Júnior

A batata de Alan Palha, secretário de Saúde da Capital do Minério, está assando. Após as mortes de pacientes registradas no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) foi processado na última segunda-feira (15) por um membro do Conselho Municipal de Saúde. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog Sol do Carajás.

Além de Palha, são réus no processo o Município de Parauapebas e a Associação de Saúde, Esporte, Lazer e Cultura (Aselc), organização social responsável pela gestão do HGP e para a qual a Semsa pagou R$ 54,79 milhões entre julho e dezembro do ano passado e R$ 35 milhões nos primeiros quatro meses incompletos deste ano, com recursos do Fundo Municipal de Saúde.

Ainda não há detalhes da ação popular 0805775-36.2024.8.14.0040 que começou a tramitar na Vara de Fazenda Pública e Execução Fiscal da Comarca de Parauapebas, mas é certo que o juiz Lauro Fontes Júnior deverá julgar o mérito em breve.

O autor da ação, Gutemberg da Silva Bezerra, foi, diga-se de passagem, um dos membros da Comissão de Avaliação que analisou, em junho do ano passado, os termos da minuta do contrato de gestão celebrado entre a Prefeitura de Parauapebas e a Aselc, conforme é possível visualizar aqui <https://www.governotransparente.com.br/transparencia/documentos/45079490/download/24591/ATA%20DE%20DELIBERA%C3%87%C3%83O%20DA%20COMISS%C3%83O%20ESPECIAL%20DE%20SELE%C3%87%C3%83O.pdf>.

POLÊMICA TERCEIRIZAÇÃO

Aselc ganha fortuna em meio a mortes de inocentes

Faturamento da OS pela administração do HGP pode chegar, em um ano, a R$ 177,4 milhões, muito mais dinheiro que arrecadação total de 80 municípios do Pará. Desde julho, foram quase R$ 90 milhões

 A terceirização do HGP foi um evento bastante criticado em Parauapebas, por ser caro e ter eficiência duvidosa. A “operação” financeira — nessa, sim, a Aselc parece ser especialista — custa exatos R$ 14.784.000,00 por mês aos cofres da espoliada Parauapebas, e o desembolso por ano pode chegar a R$ 177.408.000. É o mesmo valor de referência da causa decorrente da ação popular impetrada por Gutemberg Bezerra.

Mas se engana quem pensa que essa bolada está servindo para melhorar a saúde do cidadão parauapebense. Recentemente, entre os dias 5 de março e 10 de abril, três crianças morreram, supostamente por negligência hospitalar, o que levou a sociedade a se revoltar contra o atendimento no estabelecimento e provocar a Câmara de Vereadores para se posicionar e tomar providências.

O parlamento, então, convocou o secretário Alan Palha, que ontem (18) foi à Câmara prestar esclarecimentos sobre os procedimentos adotados para melhorar a qualidade dos serviços de saúde. Até ontem, no entanto, o secretário não sabia que estava sendo processado.

A título de comparação, o que a Aselc pode ganhar um ano é superior à arrecadação de 80 prefeituras paraenses, a exemplo de Tucumã, cuja receita líquida em 2023 foi de R$ 176,9 milhões.

 À BEIRA DO FOGO

Palha torrou R$ 320 milhões da Saúde de Parauapebas

Há 234 dias sentado na cadeira de secretário, Alan Palha tem pago, em média, R$ 1,37 milhão por dia

Desde que assumiu a Semsa, em 29 de agosto de 2023, até esta sexta-feira (19), já se passaram 234 dias de Alan Palha à frente de uma das principais pastas do município, e nada de notável ocorreu, a não ser o fato negativo e lamentável das mortes no HGP, embora o secretário se esforce em gastar tempo fazendo postagens para as redes sociais, o que a sociedade condena.

Aliás, em 234 dias ele gastou R$ 320,39 milhões do Fundo Municipal de Saúde, mais dinheiro que a arrecadação do ano inteiro de 125 (ou 87%) das 144 prefeituras do Pará. Foram R$ 202,41 milhões em pagamentos no final de 2023 e R$ 117,98 milhões este ano, até o momento, numa assustadora média de R$ 1 milhão e 370 mil por dia.

No dia da sessão em que a Câmara convocou o secretário de Saúde para explicações sobre a situação da pasta, a consultoria Bright Cities, de inteligência de mercado, divulgou o Ranking das Cidades Sustentáveis 2024, e Parauapebas, mesmo com toda a sua riqueza e finanças robustas, ficou entre as 30 piores do Brasil em meio a 319 municípios, em parte por apresentar indicadores ruins, inclusive na saúde. Uma vergonha para uma cidade cuja prefeitura é uma das 50 que mais arrecadaram no país em 2023.

Em Parauapebas, é como já dizia a vovó: quem não tem rabo de palha, que não se assente à beira do fogo.

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