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domingo, 19 de maio de 2013

Política nacional: o PSDB e seu ensaio sobre a cegueira

O discurso de Aécio

Autor: Rudá Ricci

Tenho sugerido que a candidatura Aécio Neves sofre de três males até o momento:

a) Sua maior oposição: o PSDB paulista;
b) A dificuldade de ingressar no nordeste e, consequentemente, conquistar o voto popular de massa;
c) Seu discurso anacrônico.

Ontem, durante sua quase aclamação à Presidência Nacional do PSDB, voltou a escorregar no discurso. Este parece o problema mais intransponível. Aécio insiste numa cantilena passadista quando reforça as privatizações como marca dos tucanos. Há um erro grosseiro nesta insistência. Em primeiro lugar, porque entra no campo do adversário. Lembro de um dito popular chinês que Pablo Neruda reproduz em "Confesso que Vivi": " se você quer passar despercebido, não apareça".

Uma obviedade, não? Mas que Aécio ainda não compreendeu. Ao escolher este tema, vai testar a casca de banana que nas últimas duas eleições presidenciais os candidatos petistas depositaram sorrateiramente por onde os tucanos passavam. E o resultado não foi outro: caíram.

A privatização não é nem mesmo um programa governamental, mas apenas um instrumento passageiro de rebatimento da dívida pública. Ponto. Não é verdade que se trata de modernização segura ou teríamos alçado os empresários à condição de deuses.

A questão é que o eleitor popular desconfia desta homenagem exacerbado ao mercado. Ainda mais em anos de programas de transferência de renda e ascensão social. Aí é que o bicho pega. De maneira indireta e instintiva, várias pesquisas qualitativas demonstram o temor popular do discurso privatista envolver o fim de todas políticas que garantem o consumo familiar ascendente.

Mas Aécio não compreende. Precisa ler mais Pablo Neruda. Ou os clássicos chineses.
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Nota: o PSDB caminha para ficar ainda menor, com Aécio ficará como coadjuvante na oposição, e criará dificuldades para candidaturas que até agora são favoritas, como a de Jatene, aqui no Pará.

3 comentários:

  1. Anacrônico também é o "Plano de Governo" do Célio Costa.

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  2. O PSDB está se esvaindo à medida que seus 'líderes' vão ficando caduco/as e seus quadros não se renovam. Vejam o exemplo do próprio Aécio: quando jovem era um líder nato, dígno de oposição; hoje, nem tão velho assim, já está, politicamente falando, mais velho que o seu avô (lembram-se dele?). Pois bem, não tendo nada de novo para oferecer, esse partido inventou agora de dar fim aos programas sociais de transferência de renda do governo federal. Não fosse a sabedoria dos gestores da Caixa Econômica Federal, o caos teria se instalado este final de semana, quando foi veiculado pela internet que o bolsa-família tinha chegado ao fim. Quem não assistiu ao corre-corre de multidões de mães de família às agências da Caixa para sacar seus benefícios? Do PSDB espera-se muito mais, pois há tempos eles vêm anunciando coisas desse tipo, tentando descaracterizar os dez anos de governo do PT. O circo está armado... "E o palhaço, quem é?"

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  3. Concordo Anônimo! Os propramas sociais ganhos pela população de baixa renda é um paliativo, todavia, alimenta milhões de pessoas que são afastadas da miséria total. É um absurdo se pensar em retirar essas conquistas da população que historicamente é espoliada pelas elites deste país. Só mesmo um partido como esse tal PSDB pode pensar nessa tragédia, e ainda se diz "social-democrata". Será que eles sabem o que é isso?

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