Eldan Nascimento |
Alguns acontecimentos desta semana não são prenúncios de uma reação econômica para os anos vindouros em Parauapebas. Pelo contrário, lançam algumas sombras de pessimismo sobre o nosso crescimento.
O primeiro fato é que havia uma ordem de prisão, mesmo que temporária – e mesmo que tenha sido revogada – para o prefeito eleito Darci Lermen. As dúvidas sobre questões obscuras dos anos em que esteve à frente do Executivo ainda não foram totalmente retiradas. A prova é que a justiça está de olho no “ex”, e futuro prefeito.
Darci já não contava com a maioria da população ao seu lado. Se contarmos os votos inválidos, e os válidos que não foram confiados ao neo-pemedebista – em um total de 79.272 votos, os seus 52.049 votos configuram então apenas 40% de apoio popular do qual dispõe o nosso prefeito. Ou seja, já deu a largada tendo que provar muita coisa, pra muita gente. Começar um governo dessa forma não é bom para o crescimento econômico do município.
Darci tem que provar para seus 40% de eleitores que este mandado de prisão foi um equívoco da justiça e que é inocente na questão dos desvios dos royalties. Caso não consiga fazê-lo antes de assumir o posto, já verá sua baixa popularidade cair ainda mais. E mesmo que assuma, precisa mesmo provar isso para garantir sua liberdade.
Este mandado de prisão é algo tão marcante que, todos sabemos, caso estivesse ocorrido por volta de 80 dias atrás, Darci não estaria voltando ao Morro dos Ventos.
O segundo fato da semana foi a inauguração do Projeto S11D. Localizado no seio do território de Canaã dos Carajás, a nova usina terá capacidade de produção de 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Isto é bom para Parauapebas caso consideremos apenas que o pátio de produtos e serviços para a mineração está mais concentrado aqui e que a mineradora poderá contratar as empresas que já estão consolidadas, e que possuem sede em Parauapebas. Algum benefício sempre haverá.
Porém se analisarmos o baixo custo anunciado da produção em Canaã dos Carajás, que chega a ser quase metade do custo da tonelada produzida nas minas de Parauapebas, e considerando também a possibilidade de uma redução na demanda do mercado internacional, onde a multinacional teria maior prioridade em produzir? Logicamente onde seu custo é menor.
A tecnologia e a inovação de produzir a seco e sem o uso de caminhões (custo reduzido especialmente em combustível, pneus e manutenção) nas minas do S11D poderá, dependendo da conjuntura econômica internacional, provocar uma redução na arrecadação de Parauapebas.
Os royalties no próximo mandato poderão não ser desviados, como suspeita a justiça, teriam sido nos primeiros mandatos de Darci Lermen, mas corre o risco de jamais serem os mesmos daqueles tempos.
Eldan de Lima Nascimento (Eldan Nato) - Formado em Letras - UFPA, Pós graduado em Política e Economia Mineral - UFPA, Técnico em Mineração Cefet/RN, Supervisor de Beneficiamento na Usina do Salobo
Ha informação que a PF vai voltar! de surpresa.
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