“Mantenha os outros no escuro e em desvantagem, jamais revelando o propósito por trás das suas ações. Se as pessoas não souberem o que você pretende fazer, não terão como preparar uma defesa. Guie-os longe o bastante por um caminho falso, envolva-os numa cortina de fumaça, e quando perceberem suas verdadeiras intenções será tarde demais”. (As 48 Leis do Poder)
Números verdadeiros, análise errada
Nas últimas semanas, li várias notícias sobre o futuro “sombrio” no nível de arrecadação das receitas de Parauapebas. Muitas até tentam explicar o caos econômico, financeiro e administrativo do governo a partir da queda na arrecadação dos dois últimos anos. Também creditam parte da crise à “obesa” folha de pagamento, em especial a da saúde.
São declarações apocalípticas e cheias de números. Os números são realmente verdadeiros, o problema é a análise.
A quase totalidade dos municípios do Brasil, salvo raríssimas exceções, vivem uma realidade de receita – desde sempre – bem diferente da nossa. Mesmo no pior cenário projetado, ainda assim teríamos uma receita acima da média, bem acima.
Na tabela abaixo, relaciono algumas cidades que tem uma população maior que a de Parauapebas e sobrevivem, pasmem, com uma receita proporcionalmente três vezes – algumas até quatro - menor que a nossa.
Vejam que Parauapebas faz parte de uma realidade extraordinariamente cômoda, mesmo em 2016.
Na última linha, projetei uma receita de apenas 500 milhões em 2017, mesmo assim – caso o mundo não acabe – Parauapebas ainda permanecerá em uma situação incomparavelmente privilegiada.
Senhores, a realidade do Brasil é outra, cidades com a população de Parauapebas sobrevivem – e muito bem, obrigado! – com uma receita média de 300 milhões, apenas.
E o que acontece com Parauapebas?
Incompetência e corrupção
Por que seus governantes se desesperam com a possibilidade de uma receita de “míseros” 800 milhões?
Por que a saúde e educação estão em frangalhos?
Por que a prefeitura alega não ter dinheiro, nem para pagar os servidores?
A resposta pode ser dada em apenas duas palavras: INCOMPETÊNCIA e CORRUPÇÃO.
Mas diante dessa cortina de fumaça que os gestores lançam para convencer a população de que a cidade se tornará ingovernável com uma receita de 700 milhões, lamenta-se a postura da imprensa local. Fazem ecoar esse discurso de argumentos miúdos e ajudam gestores corruptos e incompetentes a esconder o óbvio.
Mais lamentável ainda é a postura do Ministério Público, isso será assunto para outro dia.
Marco Atílio - Analista Político para o Blog Sol do Carajás
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