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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

"A Coletânea dos Erros", por Léo Mendes


Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. 
Descobrem sempre novos erros para cometer. 


Já divagamos, neste espaço, sobre o que consideramos um erro estratégico do PSD em Parauapebas: sua tentativa de bancar duas candidaturas à ALEPA com base eleitoral no município, imputando a Valmir Mariano e ao seu grupo mais próximo a responsabilidade pela enviesada escolha. 

Naquele momento, destacamos que o ex-prefeito Valmir Mariano deixava evidente que seu alvo político era enfrentar e, se possível, eliminar, em sentido político, a crescente liderança partidária regional do deputado Gesmar Costa, muito mais que a possibilidade de ascender ao mandato estadual, dado aos limites de sua atuação política à nossa cidade, bem como às especificidades destas eleições. 

Afirmamos, então, e mais de uma vez, que a dupla pretensão do PSD-Parauapebas se mostrava política e eleitoralmente inviável e que seu resultado mais provável seria (será?) a perda da cadeira legislativa, resultando no futuro imediato, leia-se, no horizonte das eleições municipais de 2020, no enfraquecimento do partido no nosso município! 

Agora, passadas as convenções partidárias, definidas alianças e mais clareadas as estratégias, constatamos que as opções político-eleitorais do PSD no âmbito estadual, convergindo para a candidatura de Hélder Barbalho (MDB) a governador, corroborou nossas percepções, pois limitou o (possível) discurso oposicionista do partido em Parauapebas. 

A direção estadual do partido optou por sobrepor, como já havíamos apontado, os interesses e objetivos estaduais (leia-se, de Belém) aos regionais (ou locais, caso de Parauapebas), ao decidir-se por uma aliança proporcional com o próprio MDB, tendo como coadjuvante o DC (antigo PSDC). 

Tal aliança, consolidou nosso ponto de vista sobre a estratégia do PSD-Parauapebas, demonstrando que o discurso e as opções eleitorais de Valmir Mariano (e seu grupo) são uma desastrosa “coletânea de erros” e evidenciando de uma vez por todas que sua disputa é interna, ou seja, é pelo controle do partido em Parauapebas,  visando a disputa pela prefeitura em 2020. Errando de novo! 

Não só! A aliança proporcional MDB-PSD (e DC) jogou Valmir Mariano nos braços do prefeito Darci Lermen (MDB), mesmo a contragosto, transformando-o, a um só tempo, num dos principais responsáveis pela (provável) derrota do deputado estadual Gesmar Costa e pela (também provável) vitória do ex-prefeito de Curionópolis, Chamonzinho (MDB), o preferido de Darci Lermen. Mais outro erro! 

Esta quase infinita sequência de erros de avaliação e escolhas do ex-prefeito Valmir Mariano reforça também nossa percepção de sua incapacidade de compreender a política, em sua intrínseca dialética, como um constante conflito e rearranjo de interesses e negociações para os quais nosso indigitado (e seus conselheiros, se os tem) não se demonstram preparados. 

E, numa dessas ironias que só a política nos possibilita, como uma espécie de síntese de sua “coletânea de erros”, Valmir Mariano, ao querer se impor como principal nome de oposição ao prefeito Darci Lermen, poderá se transformar num de seus principais “cabos eleitorais”, ainda que indiretamente. 

Valmir Mariano, com sua atabalhoada ambição e mal calculada escolha, ajuda no esvaziamento político do PSD em Parauapebas e no enfraquecimento de suas demais lideranças bem como no fortalecimento do prefeito Darci Lermen, do seu partido e aliados, abrindo para este grandes possibilidades de reeleição em 2020, talvez até pela ausência de adversários à altura. 

Como vemos, parafraseando o grande mestre Tom Jobim: “a política não é para amadores!”

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