O Datafolha manipulou o perfil da amostra da sua última Pesquisa Nacional (leia aqui), realizada entre os dia 13 e 15 de setembro de 2021, alterando o percentual da faixa de renda de até 2 salários mínimos, diminuindo de 57% para apenas 51%, o instituto não apresentou qualquer justificativa para a mudança.
Datafolha levou mais de 8 milhões de votos da faixa popular para os ricos
Nesse segmento o ex-presidente Lula tem o melhor desempenho, foi justamente onde o Datafolha modificou o perfil, diminuindo a quantidade de eleitores de 83.198.682 para apenas 74.455.887 eleitores, ou seja, o Datafolha transferiu 8.742.795 votos da faixa até 2 salários mínimos para as de renda superior.
Mais de 3% dos votos
Nos 8,7 milhões de votos que o Datafolha retirou do perfil da amostra do eleitorado que ganha até 2 salários mínimos, Lula teria 4.721.109 votos, ou seja, algo em torno de 3,23% dos votos totais do eleitorado brasileiro, considerando que nessa faixa ele tem 54% da preferência.
Mesmo com a manipulação e a tentativa do Datafolha em arranjar números mais palatáveis para o Bolsonaro e os aglomerados da terceira via, Lula ainda venceria a eleição no primeiro turno, no cenário mais provável de 2022, o petista alcançaria 44% e a soma dos demais adversários ficaria em 42%.
No IPEC é 56%
O IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria - também divulgou uma pesquisa sobre a sucessão presidencial de
2022, realizada entre os dias 16 e 20 de setembro, onde considerou em 56% o percentual de eleitores na faixa de renda de até 2 salários mínimos (leia aqui).
Não houve mobilidade social no sentido que o Datafolha colocou na pesquisa
O professor Fernando Nogueira da Costa, titular do Instituto de Economia da Unicamp, foi o primeiro a observar a manipulação do Datafolha, relatando a alteração:
"Nas duas pesquisas anteriores (08/05/21 e 08/07/21), a parcela da população mais pobre com renda familiar mensal até 2 salários mínimos (SM) era de 57%; a de 2 a 5 SM, 31%, de 5 a 10 SM, 8%; acima de 10 SM, 2%; recusa 1% e sem saber 2%. Pois bem, sem apresentar justificativa, na pesquisa recente (15.09.21), até 2 SM passou a ser 51%; a de 2 a 5 SM, 35%, de 5 a 10 SM, 7%; acima de 10 SM, 3%; recusa 1% e sem saber 2%. Detalhezinho? O fato é não ter havido essa mobilidade social em dois meses!" (leia aqui)
Veja a tabela elaborada pelo professor Fernando Nogueira da Costa:
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