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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Em nota, os servidores questionam discurso do prefeito Darci Lermen na posse do Beto "Laranja" na secretaria de saúde

Na área de saúde, governo de Parauapebas continua sem rumo e apela para velhas fórmulas



Velhas fórmulas

A cena é a de um filme que Parauapebas já assistiu por diversas vezes, a última delas foi com Célio Costa (aqui), no governo Valmir da Integral, o rapaz foi vendido para a população da cidade como um salvador da pátria, deu no que deu. 

O prefeito Darci Lermen aposta alto no novo secretário de saúde, Beto Laranjeira, empresário do ramo turístico no longínquo Estado de Alagoas, terra do Collor e do Renan Calheiros.

O rapaz, por razões fonéticas, já está sendo chamado de Beto "Laranja", sua nomeação sofre resistência.

O discurso de posse do prefeito deixou evidente que o governo de Parauapebas não tem um plano para a secretaria de saúde, continua sem rumo, apelando para a velha fórmula de buscar um "salvador da pátria".

O custo político da nomeação está sendo muito alto para o prefeito de Parauapebas.


O SINSEPPAR (Sindicato dos Servidores Públicos), SENPA (Enfermeiros), AEP (enfermagem) e AACOSAP (ACS’s), entidades de representação dos trabalhadores da saúde de Parauapebas, vem a público repudiar o pronunciamento do Prefeito Darci Lermen, em seu gabinete, durante o evento de posse do novo secretário de saúde, o qual fez a seguinte declaração: 

“(...) precisamos sim do comprometimento dos servidores da saúde, não podemos admitir que na saúde tenha gente que puxa pra trás, e quem fizer corpo mole meu secretário! Pode tirar, pode cortar e pode glosar, quem fizer corpo mole não vai ficar na saúde (…)”. 

Em seu pronunciamento o prefeito tenta responsabilizar o servidor pelo caos da saúde em Parauapebas.

Ressaltamos que a ordem dada pelo prefeito, ao atual secretário de saúde para “tirar, cortar ou glosar” servidores, se dá de forma autoritária, parcial e unilateral, afinal de contas, os servidores não são empregados do prefeito e muito menos de secretário, os servidores são empregados do povo, além disso, são regidos pelo seu Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, o qual estabelece os direitos e deveres.

Os servidores da saúde receberam com profunda indignação o pronunciamento do prefeito Darci, pois ao invés do mesmo atacar os trabalhadores, deveria fazer uma auto reflexão de sua gestão na saúde e responder as seguintes dúvidas dos servidores e da população de Parauapebas:

1 - Por que falta medicamentos e insumos nas Unidades de Saúde, Pronto Socorro, UPA e Hospital?

2 - Por que as ambulâncias são precárias e insuficientes?

3 - Por que os contratos e licitações são MILIONÁRIAS e nunca atendem a necessidade da nossa população?

4 - Por que as condições do HGP, que custou uma fortuna para ser construído, são precárias e está literalmente se desmanchando e desabando na cabeça dos nossos usuários e servidores?

5 - Por que há insuficiência de servidores para atender de forma adequada e digna a nossa população?

6 - Por que os servidores do HGP, PRONTO SOCORRO E UPA são submetidos a sobrecarga de trabalho para que os serviços de saúde não parem?

7 - Por que não é feita coleta laboratorial nas unidades de saúde?

8 - Por que não é realizado exames de PCCU para prevenir o câncer de colo de útero?

9 - Por que o município paga valores absurdos de aluguel pelos imóveis onde funcionam a SEMSA e a Unidade de Saúde do Rio Verde?

10 - Por que a SEMSA perdeu recursos federais que custeavam inúmeros programas do SUS no município?

11 - Por que os insumos e materiais de limpeza das unidades de saúde são bancadas pelos próprios servidores?

12 - Por que falta medicamentos básicos para os pacientes do CAPS?

13 - Por que a prestação de contas do primeiro e segundo quadrimestre de 2017 foram reprovadas pelo Conselho de Saúde?

14 – Por que não temos médicos na UBSs da Zona Rural e falta médicos nas estratégias de saúde da família?

15 - Qual o interesse do prefeito Darci em terceirizar os serviços de saúde?

O caos na saúde pública no município não é de responsabilidade dos nossos servidores, mas sim de gestores sem compromisso, que vem e vão a cada eleição que passa e a situação da saúde continua a mesma. As eleições passam, e junto com elas alguns políticos também, mas nós servidores permaneceremos NA LUTA E NA RESISTÊNCIA sempre em defesa de um SUS digno para todos.

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