Na área de saúde, governo de Parauapebas continua sem rumo e apela para velhas fórmulas
Velhas fórmulas
A cena é a de um filme que Parauapebas já assistiu por diversas vezes, a última delas foi com Célio Costa (aqui), no governo Valmir da Integral, o rapaz foi vendido para a população da cidade como um salvador da pátria, deu no que deu.
O prefeito Darci Lermen aposta alto no novo secretário de saúde, Beto Laranjeira, empresário do ramo turístico no longínquo Estado de Alagoas, terra do Collor e do Renan Calheiros.
O rapaz, por razões fonéticas, já está sendo chamado de Beto "Laranja", sua nomeação sofre resistência.
O discurso de posse do prefeito deixou evidente que o governo de Parauapebas não tem um plano para a secretaria de saúde, continua sem rumo, apelando para a velha fórmula de buscar um "salvador da pátria".
O custo político da nomeação está sendo muito alto para o prefeito de Parauapebas.
O SINSEPPAR (Sindicato dos Servidores Públicos), SENPA (Enfermeiros), AEP (enfermagem) e AACOSAP (ACS’s), entidades de representação dos trabalhadores da saúde de Parauapebas, vem a público repudiar o pronunciamento do Prefeito Darci Lermen, em seu gabinete, durante o evento de posse do novo secretário de saúde, o qual fez a seguinte declaração:
“(...) precisamos sim do comprometimento dos servidores da saúde, não podemos admitir que na saúde tenha gente que puxa pra trás, e quem fizer corpo mole meu secretário! Pode tirar, pode cortar e pode glosar, quem fizer corpo mole não vai ficar na saúde (…)”.
Em seu pronunciamento o prefeito tenta responsabilizar o servidor pelo caos da saúde em Parauapebas.
Ressaltamos que a ordem dada pelo prefeito, ao atual secretário de saúde para “tirar, cortar ou glosar” servidores, se dá de forma autoritária, parcial e unilateral, afinal de contas, os servidores não são empregados do prefeito e muito menos de secretário, os servidores são empregados do povo, além disso, são regidos pelo seu Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, o qual estabelece os direitos e deveres.
Os servidores da saúde receberam com profunda indignação o pronunciamento do prefeito Darci, pois ao invés do mesmo atacar os trabalhadores, deveria fazer uma auto reflexão de sua gestão na saúde e responder as seguintes dúvidas dos servidores e da população de Parauapebas:
1 - Por que falta medicamentos e insumos nas Unidades de Saúde, Pronto Socorro, UPA e Hospital?
2 - Por que as ambulâncias são precárias e insuficientes?
3 - Por que os contratos e licitações são MILIONÁRIAS e nunca atendem a necessidade da nossa população?
4 - Por que as condições do HGP, que custou uma fortuna para ser construído, são precárias e está literalmente se desmanchando e desabando na cabeça dos nossos usuários e servidores?
5 - Por que há insuficiência de servidores para atender de forma adequada e digna a nossa população?
6 - Por que os servidores do HGP, PRONTO SOCORRO E UPA são submetidos a sobrecarga de trabalho para que os serviços de saúde não parem?
7 - Por que não é feita coleta laboratorial nas unidades de saúde?
8 - Por que não é realizado exames de PCCU para prevenir o câncer de colo de útero?
9 - Por que o município paga valores absurdos de aluguel pelos imóveis onde funcionam a SEMSA e a Unidade de Saúde do Rio Verde?
10 - Por que a SEMSA perdeu recursos federais que custeavam inúmeros programas do SUS no município?
11 - Por que os insumos e materiais de limpeza das unidades de saúde são bancadas pelos próprios servidores?
12 - Por que falta medicamentos básicos para os pacientes do CAPS?
13 - Por que a prestação de contas do primeiro e segundo quadrimestre de 2017 foram reprovadas pelo Conselho de Saúde?
14 – Por que não temos médicos na UBSs da Zona Rural e falta médicos nas estratégias de saúde da família?
15 - Qual o interesse do prefeito Darci em terceirizar os serviços de saúde?
O caos na saúde pública no município não é de responsabilidade dos nossos servidores, mas sim de gestores sem compromisso, que vem e vão a cada eleição que passa e a situação da saúde continua a mesma. As eleições passam, e junto com elas alguns políticos também, mas nós servidores permaneceremos NA LUTA E NA RESISTÊNCIA sempre em defesa de um SUS digno para todos.
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