A Rússia e a China puxam a "desdolarização" e começam a humilhação do império norte americano
O jornal GGN brinda seus leitores com o artigo de Dmitry Orlov, abordando a derrota militar dos EUA na Síria, devido a interferência da Rússia, relacionando-a com uma emergente derrocada do dólar como moeda padrão nas transações internacionais. Transcrevo a parte conclusiva da análise, vale a leitura - Clique no LINK no fim da página.
Derrota militar dos EUA na Síria: gatilho para o colapso financeiro
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A Síria não é o único lugar onde o poder militar dos EUA vai-se mostrando nem um pouco poderoso. Há também o Afeganistão, onde os Talibã estão ocupados reconquistando o norte do país – a parte que foi mais facilmente "libertada" quando os norte-americanos invadiram o país pela primeira vez, em 2001. E há também a República Popular Democrática da Coreia ("Coreia do Norte"), cuja liderança conseguiu aplicar bem-sucedido xeque-mate nos EUA, deixando-os com exatamente zero opções militares viáveis – situação que os norte-americanos são constitucionalmente incapazes de aceitar. Então, põem-se a xingar os norte-coreanos, os quais os xingam de volta, o que leva o resto do planeta a um gargalhar nervoso.
Para concluir, permitam-me deixar o limbo e arriscar um palpite sobre o lugar para onde tudo isso está andando. Acho que agora que todas as evidências dizem que o status de superpotência dos EUA não passa de reminiscência nostálgica da Guerra Fria, o que vem a seguir é... o castigo. O que fazem mamãe e papai quando o filho mimado detonou seus cartões de crédito espalhando dinheiro sobre balcões de bar, brinquedinhos estranhos e putas? Ora essa! Tiram do rapaz os cartões de crédito, claro!
No caso dos EUA, o castigo atende pelo nome de desdolarização. Os que tentaram coisa semelhante antes – gente como Saddam Hussein e Muammar Qaddafi – foram rapidamente assassinados e os respectivos países, destruídos. Mas agora países do padrão de China e Rússia puxam o movimento de desdolarização – países que os EUA absolutamente não podem nem sonhar com destruir, especialmente se agem concertadamente –, e a resposta dos norte-americanos até aqui não passa de ameaças vazias, sanções sem dentes e sem pegada e muito resmungar irado e incoerente.
Para descrever a situação nos termos mais simples possíveis: a função dos militares dos EUA é intimidar outros países para que deixem os EUA comprem o que bem entendam, imprimindo quantos dólares sejam necessários, e essencialmente assaltando o resto do mundo à mão armada. Tão logo se esvaia a capacidade dos EUA para intimidar o mundo e reduzi-lo a total submissão, também se esvairá a capacidade dos norte-americanos para esfolar o planeta. E tão logo essa capacidade se esvaia, só restará do "país mais rico do mundo" uma pilha de papel imprestável, sem valor.
Não se sabe quando precisamente chegará esse momento, mas nem é preciso saber exatamente quando chegará, desde que possamos nos planejar para a chegada.
Recomendo vivamente que se planejem – se ainda não se planejaram."
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