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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O jogo da LAVA JATO para destruir o Brasil, sua economia e suas instituições

"Ela precisa continuar ocupando a opinião pública como um exército estrangeiro ocupa um país inimigo. Se ela atacar o sistema bancário nacional, fá-lo-a para abri-lo aos grandes bancos norte-americanos. Os membros do Instituto Wilson, think tank da CIA em Washington, onde as estrelas do nosso judiciário (Sergio Moro, ministros do STF) e da PGR (Janot) tem sido constantemente recebidas, devem ter ficado animados. É muito bom para ser verdade, pensam eles." 

Escrito por , Postado em ArpeggioLava-Jato


É tudo extremamente previsível. Operação nascida da Lava Jato vaza à grande imprensa delação que atinge Gleise Hoffmann, presidenta do PT, no dia em que o Brasil poderia estar digerindo e tentando entender o surto de hiperação privatista do governo Temer. A delação é capa no site da Folha nesta manhã de quinta-feira.

O vazamento é ilegal, acontece antes da delação ser homologada, antes sequer de se inventar às pressas qualquer prova (como os “bilhetinhos” e as “planilhas” que a Lava Jato costuma produzir, oportunamente), mas o país e suas instituições estão anestesiados. A lei que vale para uns não vale para os procuradores e delegados envolvidos nas operações. Ninguém mais se manifesta contra esse tipo de vazamento político. Os ministros de um STF há tempos controlado por Gilmar Mendes, e “ocupados” militarmente pela Globo, só falariam alguma coisa se a mídia ordenasse.



Além do mais, o governo Temer ampliou o controle sobre MP e Polícia Federal, que agora, mais que nunca, usarão sua influência para orientar politicamente as investigações.

É a Lava Jato exercendo o seu papel de praxe em favor do golpe.

No dia seguinte depois de extinguir reserva florestal maior que a Dinamarca, hoje o governo anuncia que venderá mais áreas da Amazônia. É importante que a oposição esteja debilitada, e que a presidenta do principal partido de oposição, o PT, seja obrigada a direcionar parte de sua energia e atenção para resolver um problema supostamente pessoal.

No Globo, Miriam Leitão publica uma coluna que é uma obra-prima de cinismo. Ela faz críticas fingidas, superficiais, ao governo, apenas para elogiá-lo. É uma tática manjada da Globo, para ludibriar a opinião pública, fingindo um distanciamento do governo Temer que ela não tem. A Globo é Temer até a medula. Globo e Temer formam o mesmo ser político. Temer é um marionete da Globo e é justamente por isso que o grupo precisa, de vez em quando, forjar um posicionamento crítico, por uma questão óbvia de propaganda: a opinião pública, para ser corretamente manipulada, precisa achar que a imprensa está avaliando o governo criticamente – ao mesmo tempo em que se chancela e apoia tudo que o governo faz. Nos governos Lula/Dilma, a Globo algumas vezes usou a fórmula oposta: fingiu isenção em relação, ao mesmo tempo que fazia guerra sem quartel a tudo que o governo propunha e fazia.

As manchetes do Globo, assim como na Folha, são ocupadas militarmente pela Lava Jato, que agora atingiria os “bancos”.

A ameaça aos bancos na manchete do Globo é uma fake news. Você clica na manchete, verá que se trata de um parágrafo curto, sem nomes, sem datas, sem números, sem nada. É uma ameaça puramente semiótica, embora assustadora, na medida em que a Lava Jato já deixou claro que não tem qualquer compromisso ético com a verdade, com as provas ou com os efeitos de suas violências na economia.

Ela precisa continuar ocupando a opinião pública como um exército estrangeiro ocupa um país inimigo. Se ela atacar o sistema bancário nacional, fá-lo-a para abri-lo aos grandes bancos norte-americanos. Os membros do Instituto Wilson, think tank da CIA em Washington, onde as estrelas do nosso judiciário (Sergio Moro, ministros do STF) e da PGR (Janot) tem sido constantemente recebidas, devem ter ficado animados. É muito bom para ser verdade, pensam eles.

O objetivo é o mesmo: abafar o impacto do anúncio das privatizações na opinião pública.

A fórmula deu certo e eles vão continuar: Lava Jato nas manchetes, hipnotizando a opinião pública, e apoio às medidas neoliberais e privatizantes do governo.

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