Em Itabira a VALE tem mina fechada após aumento de 500% dos casos de contaminação pelo coronavírus, segundo o Ministério Público
Parauapebas/PA tem cenário de terror, comparando com Itabira/MG
Em Itabira/MG, hoje, dia 09 de junho, o boletim epidemiológico mostra que são 424 casos de contaminação pelo Covid-19, sendo 01 (um) óbito. Em Parauapebas, acredite, são 5.110 casos confirmados e 87 óbitos (aqui), uma tragédia que foi agravada pela ausência de medidas contra a Vale e pela corrupção do governo Darci Lermen, principalmente no desvios de recursos que seriam destinados ao combate da pandemia.
A situação é muito mais grave em Parauapebas do que em Itabira/MG, sendo que na cidade paraense a prefeitura municipal sequer informa a quantidade de pessoas contaminadas no Núcleo Urbano de Carajás e nas instalações da mineradora Vale, a empresa não sofre qualquer fiscalização, o próprio sindicato METABASE é controlado por um 'pelego' da poderosa transnacional.
Justiça fecha mina da Vale por alto grau de contaminação pelo coronavírus
O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região determinou a interdição do complexo de minas de Itabira/MG, em virtude de constatado um elevado grau de exposição dos empregado da mineradora VALE S/A, conforme Termo de Interdição lavrado pela Superintendência Regional do Trabalho, nas minas de Conceição, Cauê e Periquito.
As denúncias dos Auditores Fiscais e do Ministério Público do Trabalho foram relatadas nos autos do processo:
"O conjunto das irregularidades identificadas, abaixo descritas, levam à constatação de grave e iminente risco à vida e à saúde dos trabalhadores, decorrente de surto descontrolado de COVID-19 verificado na empresa.- Não realização de estudo epidemiológico. Mesmo após obtenção dos resultados dos exames de detecção pelo novo coronavírus (...);- Aglomeração de trabalhadores ocorrendo nas rodoviárias das minas quando da chegada/saída de trabalhadores e troca de turnos. (...) no momento das trocas de turno, há uma aglomeração de trabalhadores nesses locais. A fiscalização do trabalho presenciou duas trocas de turno, uma na rodoviária da Mina Cauê (por volta de 12:30) e outra na rodoviária da Mina Periquito (por volta de 17:40). Na Mina Periquito, verificou-se haver cerca de 60 trabalhadores fazendo a troca de turno e se aglomerando (...).- Proximidade entre os trabalhadores dentro das Vans utilizadas para o transporte interno na mina (...). - Controle de acesso aos vestiários e banheiros realizado de forma ineficaz, possibilitando a aglomeração de pessoas nesses locais (...).- Higienização de equipamentos, realizada pelos próprios operadores, sem procedimento definido (...). - Falta de controle de troca e higienização de máscaras caseiras (...)." (TRT3 0010988-76.2020.5.03.0000)
Ela ganha com o vírus, com a morte dos seus empregados
Devido a interdição o preço do minério de ferro teve aumento no mercado chinês, ou seja, o coronavírus e a contaminação dos empregados terminou beneficiando a própria Vale, elevando o preço da tonelada de ferro para mais de 112 dólares, cerca de 7,4% de aumento, maior ganho desde julho de 2019 (aqui).
A sina de uma empresa que ganha até com a pandemia e a morte dos seus 'colaboradores'.
"A Ação Civil Pública de nº 0010170-96.2020.5.03.0171, foi ajuizada em face da VALE S/A, no dia 22/5/2020, para fins de “imediato afastamento, sem prejuízo da remuneração, de todos os trabalhadores diretos ou indiretos, até a efetiva realização do teste denominado PCR para detecção dos casos de Covid-19, e consequente afastamento dos empregados com resultado positivo pelo período inicial de 14 (catorze) dias”.
As vidas dos parauapebenses importam
Na cidade de Itabira/MG são 424 casos de contaminação e 01 óbito, mas a Justiça determinou a interdição do complexo de minas da empresa VALE, já em Parauapebas/PA com 87 mortes e 5.110 casos de contaminação a VALE continua como se nada tivesse acontecendo.
A vida dos trabalhadores parauapebenses também importam?
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