Eldan Nato |
Ficar ou voltar? Há alternativas
Ouvi falar recentemente sobre um campeonato de estrume que terá início muito em breve na política parauapebense. O fato é que, guardando-se o humor da comparação pejorativa, a pluralidade democrática estabelece alternativa, e não estamos condenados a votar no “menos pior” dos proponentes.
Nossa mania de polarização sempre tende a preestabelecer os possíveis vencedores. As divulgações de pesquisas se encarregam de fazer uma pré-seleção, uma espécie de prévias eleitorais das eleições, afunilando a disputa entre dois, ou quando muito, três candidatos.
Tendo-se em conta que normalmente os candidatos mais conhecidos são aqueles que já desfrutam de certa “fama”, nem sempre boa, são esses que conseguem aglutinar forças partidárias em torno do seu nome. Por isso, uma disputa eleitoral para prefeito, na maioria das vezes começa na campanha para deputado, ou ao longo de várias campanhas, em uma “construção do nome”.
Não se ouve falar de propostas, se ouve falar de pessoas. Não se aprofunda na discussão dos temas básicos da sociedade, se percorre muito mais o campo político: o amarrar de agremiações e figuras públicas em torno de um mesmo nome.
E a massa vai para onde está o movimento! Não se aprova o atual prefeito, o que fazer se a reeleição não é o melhor caminho? Voltar ao que já foi reprovado, e se sabe que não vai ser desta vez que vai dar certo?
Darci Lermen foi prefeito de uma Parauapebas que surfou na crista da onda de um país exportador de commodities; em sua gestão a cidade viveu um superciclo da demanda e preço do minério de ferro nas alturas, e captou recursos como jamais vistos na história de uma cidade brasileira do porte da Parauapebas que administrou.
Elegeu-se no apogeu do Partido dos Trabalhadores, com Lula lá e Ana Júlia aqui, e não foi capaz de fazer com que a concomitância do seu partido nas três esferas de poder se traduzisse em bem comum para o cidadão parauapebense. A ausência de prefeito quando Darci Lermen foi prefeito foi o símbolo mais patente da sua gestão.
Alguns saudosos da década de ouro – que não foi obra do ex-prefeito – acreditam que Darci sendo eleito novamente, administrará uma Parauapebas pujante, com o mesmo crescimento. Doce ilusão. É calamitoso o quadro que se desenha: pensar na inoperância de um governo Lermen, somada à derrocada econômica vivida pela atual administração, dada a recessão econômica do país.
Valmir tem muitas coisas em comum com Dilma: a inabilidade política é a principal delas. Apesar de ser um prefeito fazedor de obras, faltou a atenção ao povo. Seu governo cometeu muitas trapalhadas e se expôs. Não foi um mandato que cumpriu a promessa de mudança que fizera.
Os demais são nomes não testados na cadeira principal, mas alguns já foram secretários de governo. É importante fazer esse retrospecto e comparar seus desempenhos, seus fracassos e seus sucessos como gestores, afinal um deles sentará na cadeira de prefeito e será o Sr. Destino de Parauapebas por quatro anos.
Esperamos, sinceramente, que o povo entenda que se o “campeonato” que se aproxima tende a ser nivelado tão baixo a ponto de sofre determinadas comparações, ainda dá tempo fazer com que o nível seja outro. Só depende da consciência de cada um.
Eldan Nato: Formado em Letras - UFPA, Pós graduado em Política e Economia Mineral - UFPA, Técnico em Mineração Cefet/RN, Supervisor de Beneficiamento na Usina do Salobo
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