A disputa pelo Palácio do Morro dos Ventos, sede da prefeitura de Parauapebas, em 2016 promete ser uma das mais disputadas da recente história do referido município. Desde o ano passado, analisando o contexto político na época muito conturbado pela operação Filisteus do Ministério Público do Pará, já afirmava que a eleição do ano corrente, bateria recordes de candidaturas majoritária e proporcional.
Faltando pouco mais de quatro meses para o pleito, no período pré-eleitoral, Parauapebas já registra mais de uma dezena de pré-candidaturas à prefeitura e centenas à Câmara Municipal. Para a disputa majoritária, apesar do recorde de pré-candidaturas, dificilmente, haverá surpresas para além da bipolaridade entre o ex-prefeito Darci Lermen (PMDB) e o atual prefeito Valmir Mariano (PSD).
Desde o ano passado, uma terceira via se credenciava como opção entre o passado e o presente político da “capital do minério”, Marcelo Catalão (DEM), presidente do Sinproduz (Sindicato dos Produtores Rurais) e que em 2014, candidato a deputado federal, conseguiu 40 mil votos. Esse quantitativo eleitoral o credenciou a disputar uma das prefeituras mais ricas do país e torna-se uma “terceira força” política.
Os meses foram passando, o ano de 2016 acontecendo e o que parecia uma real opção de terceira via, parece ter minguado, ou seja, Catalão aparentemente ter “batido o teto” de crescimento político e de musculatura eleitoral. As outras candidaturas somadas não ultrapassam os dois dígitos em todas as pesquisas ou consultas realizadas na “capital do minério”.
Com o processo político em Parauapebas se firmando entre duas candidaturas à prefeitura, o que esperar para o futuro do referido município? O que Darci Lermen e Valmir Mariano podem propor de diferente, de melhor para os próximos quatro anos? Quais as alternativas que ambos propõem para enfrentar a grave crise econômica que Parauapebas vive?
Nos oito anos de gestão de Darci e mais quatro que Valmir completará no fim do ano corrente, foram suficientes para reafirmar a dependência que Parauapebas tem da extração mineral. Nenhum dos dois gestores conseguiu amenizar essa dependência em suas gestões e quem garante que isso mudará?
No processo bipolar político-eleitoral que a cidade começa a viver, a maioria do eleitorado terá que decidir entre um ex-prefeito que teve dois momentos distintos: um primeiro mandato muito elogiado, segundo muitos o melhor que Parauapebas já teve e o segundo muito abaixo das expectativas, um dos piores que passaram pelo Palácio do Morro dos Ventos e que custou ao grupo político de Darci, vergonhosa derrota nas urnas em 2012. E a atual gestão? O prefeito Valmir enfrenta um de seus maiores desafios: a baixa avaliação de seu governo. Terá tempo de reverter esse cenário negativo?
Historicamente a reeleição no Brasil é ruim. A maioria dos gestores pelo Brasil pioram suas gestões em seu segundo mandato. Valmir conseguirá piorar o que – para a maioria – já é ruim?
O cenário político parauapebense e seus pretendentes é a demonstração que – independente – de quem assuma ou continue no Palácio do Morro dos Ventos a partir de janeiro de 2017, não há perspectivas de mudanças no cenário econômico local ou a diminuição da dependência mineral. A cidade continuará a viver, no mínimo, por mais quatro anos em um cenário de recessão econômica e dependência de um único viés econômico. Neste sentido, a eleição é apenas um detalhe, uma formalidade constitucional.
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