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Atraso em obras de hospital prejudica pacientes em Parauapebas
Projeto inicial previa gasto de R$ 9 milhões.
Segundo o MPE, a obra já custou mais de R$ 50 milhões.
A demora na entrega de um novo hospital prejudica o atendimento a pacientes em Parauapebas, no sudeste do Pará. A obra já custou mais de R$ 50 milhões e quem precisa de orientação médica especializada fica sem alternativa. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público.
Há quase 1 ano, o pedreiro Luis Silva sofre com os traumas causados por um acidente de trânsito. Ele precisa fazer, com urgência, dois exames que deverão indicar os rumos de tratamento para aliviar as dores do corpo, mas o atendimento não existe na rede pública de saúde. "Eu sinto dura a minha perna, não funciona esse braço, a mão muito ruim, dói. A dificuldade é mais para andar", afirmou.
Desde 2008, a população espera a entrega do hosital público, que será o primeiro de grande porte do município, mas a obra já esteve parada várias vezes e, por isso, está sendo apurada pelo MPE. Quando o hospital começou a ser construído, o projeto havia sido orçado em R$ 9 milhões. A obra já custou mais de R$ 50 milhões, de acordo com a promotoria de justiça. O Ministério Público quer saber se houve superfaturamento, mas já constatou que ocorreram erros de planejamento.
"O projeto básico, por exemplo, previa elevadores muito pequenos para suportar a maca. Foi preciso ser refeita a estrutura, o piso é inadequado, o sistema de refrigeração do prédio também era inadequado, porque tem alas que precisam que ele seja esterelizado, que são as UTIs", detalhou o promotor Hélio Rubens.
Durante uma inspeção do MP foi observado que as alas do hospital ainda estão em fase de acabamento. No centro cirúrgico, o piso ainda não foi colocado, nem todos elevadores instalados, as escadas estão sem corrimão e a parte elétrica e de refrigeração ainda não foi concluída.
Para o órgão, os serviços ainda levarão muito tempo para ficar prontos e, mesmo depois de inaugurado, o município teria outro problema que poderia comprometer o funcionamento do hospital. "O município tem recurso, tem orçamento para investimento, ele consegue construir, mas ele não tem orçamento para custeio, ou seja, ele não conseue se manter funcionando", destacou Rubens.
Enquanto se espera a conclusão do novo hospital, os moradores contam com outra unidade de saúde pública construída há 30 anos, que não oferece atendimento de alta complexidade Para receber o tratamento adequado, os pacientes contam com a sorte para conseguir vagas de hospitais de outros municípios do estado.
"Já aconteceu comigo de parente meu ter que ir daqui para Belém, eu pedi apoio de uma amiga de outro município, arrranjou ambulância de outro município para socorrer. Se dependesse do município, ela tinha morrido. Infelizmente, é um descaso com a população", disse o eletricista Anísio Teixeira.
A prefeitura de Parauapebas informou que faltam 10% da obra para a conclusão do novo hospital e a previsão é que comece a funcionar no final do ano. Sobre a falta de dinheiro para manter o hospital, a prefeitura disse que é discutida a possibilidade de transferir os serviços para o estado.
É vergonhoso um município tão rico como parauapebas dizer que não dinheiro para tocar o hospital. Seria melhor admitir que falta competência e vontade política para gerir o hospital. Velho incompetente.
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