Parauapebas: Pesquisas Eleitorais

Outra Análise

Por Marco Atílio

Na última semana foram divulgadas duas pesquisas eleitorais. Uma análise correta dos dados é imprescindível para que os candidatos possam montar uma linha estratégica condizente com a realidade. 

As pesquisas não foram divulgadas com todos os detalhes. Dados que medem rejeição e suas respectivas estratificações seriam essenciais para termos noção do potencial de crescimento de cada candidato.

De qualquer forma, temos condições de estabelecer uma relativa projeção da situação dos candidatos confirmados até o momento, mesmo com os escassos dados divulgados.

A primeira pesquisa, realizada pelo Instituto Gauss, apresentou os seguintes dados:

A primeira coisa a se fazer é constituir o intervalo em que poderíamos encontrar o resultado de cada candidato. Para isso usaremos a margem de erro.

A margem de erro divulgada foi de apenas 3%. 

Para os três primeiros candidatos poderíamos afirmar

Darci teria um resultado entre 33,75% e 39,75%. É errado afirmar que Darci tem 36,75% das intenções de voto, esse valor é apenas uma referência para o limite mínimo e máximo dentro da margem de erro. Valmir da Integral, por sua vez, teria um resultado entre 16,48% e 22,48%. Marcelo Catalão, por fim, teria entre 9,99% e 15,99%. 

Apesar de não ter sido divulgado, vamos considerar que o nível de confiança da pesquisa é de 95%, pois é esse o percentual usado como padrão pela imensa maioria dos institutos de pesquisa.

Algumas conclusões podemos extrair desses números 

É provável – não há certeza absoluta, pois o nível de confiança é de 95%, e não 100% – que Darci realmente esteja à frente.

Essa vantagem pode ser algo em torno de 11,27%, considerando o limite máximo no intervalo do candidato Valmir e mínimo no intervalo de Darci.

Nos limites da margem de erro é possível um “quase” empate técnico entre Valmir e Marcelo Catalão. A diferença entre os dois no limite mínimo de Valmir e máximo de Catalão é de apenas 0,49%.

Já a segunda pesquisa, esta realizada pela empresa Sigma Consultoria e Pesquisa, apresentou os seguintes resultados:

A margem de erro divulgada foi de 4,9%. Para os três primeiros candidatos poderíamos então afirmar: Darci teria um resultado entre 20,9% e 30,7%. Valmir da Integral teria entre 16,3% e 26,1%. Marcelo Catalão, por fim, ficaria entre 7,8% e 17,6%. 

Novamente vamos considerar que o nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Aqui a situação é bem mais interessante

São várias as conclusões que podemos extrair, considerando os limites de margem de erro, é provável que Darci esteja à frente, mas também é possível que Valmir esteja. Ou seja, podemos dizer que temos aqui um empate técnico. Basta que o resultado de Darci esteja próximo de seu limite mínimo e Valmir próximo de seu limite máximo.

O mesmo raciocínio pode ser feito para a análise dos números entre Valmir e Marcelo Catalão. É novamente possível um empate técnico entre os dois.

Até mesmo entre Darci e Marcelo Catalão os números apontam para uma substantiva aproximação. Se considerarmos o limite inferior de Darci com o limite superior de Marcelo, teríamos uma diferença de apenas 3,3%.

Mais e menos candidatos

Também salta aos olhos o seguinte fenômeno: quanto mais candidatos, pior para Darci e melhor para Valmir. Uma polarização interessaria somente a Darci.

Fazendo uma junção das várias conclusões das duas pesquisas, a única coisa que se pode afirmar com absoluta certeza é que a eleição em Parauapebas ainda não tem um franco favorito. 

Nada está decidido

Apesar de Darci aparecer à frente nas três últimas pesquisas registradas neste ano, é bom que ele bote a barba de molho.

Não chegaria a ser nem um milagre se Valmir, ou mesmo Marcelo Catalão, ainda virasse esse jogo. Matematicamente os dois ainda estão na briga, e com boas possibilidades. 

Na disputa pela prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012, o atual prefeito, Fernando Haddad, antes de começar a campanha aparecia com apenas 2% das intenções de votos. Seu adversário, o senador José Serra, aparecia com mais de 40%. A campanha começou, Haddad cresceu, levou para o segundo turno e ganhou a eleição.

Isso, sim, foi um milagre.

Sair de 15% ou 20% para ganhar uma eleição em que o primeiro oscila em torno de 30%, não é apenas matematicamente possível, é plenamente realizável. 

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* Marco Atílio - Analista político para o Blog Sol do Carajás nas eleições de 2016