Jáder Barbalho é o maior gazeteiro do Senado Federal
Político brigou contra a Lei da Ficha Limpa, mas ignora mandato
BRASÍLIA
THIAGO VILARINS
Da Sucursal
Ninguém faltou mais que Jader Barbalho (PMDB-PA) as sessões do Senado Federal destinadas a votação em 2012. O senador que só tomou posse em dezembro de 2011, após ser beneficiado com o adiamento da vigência da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012, registrou presença em somente 69 (55%) das 126 sessões destinadas a votação ao longo de todo o ano. Os dados são de levantamento da Revista Congresso em Foco.
Ex-presidente do Senado, Jader Barbalho deixou a Casa pela porta dos fundos em 2001, quando renunciou ao mandato para escapar do processo de cassação no Conselho de Ética, após ser acusado de desviar recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará), da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Ministério da Reforma Agrária. Voltou poucos meses depois ao Congresso, como o deputado federal. Com a prerrogativa de ser julgado apenas pelo Supremo, passou dois mandatos em branco na Casa: registrou presença em menos da metade das sessões realizadas nos oito anos, não fez um único discurso nem apresentou qualquer projeto de lei no período.
Roteiro que Jader repete, agora, no Senado. Seu último pronunciamento no Congresso foi o da renúncia, 11 anos atrás. Desde então, ele também não apresentou qualquer projeto de lei. No Senado, não relatou proposição. O silêncio de Jader custa caro ao contribuinte, conforme outro levantamento feito pela revista Congresso em Foco. No ano passado, a Casa ressarciu o senador em R$ 185 mil para cobrir despesas com a divulgação de seu mandato. O senador responde, atualmente, a seis ações penais e quatro inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como falsidade ideológica, quadrilha ou bando, emprego irregular de verba pública, contra a ordem tributária e o sistema financeiro, além de lavagem de dinheiro.
CÂMARA
Na Câmara dos Deputados, a pesquisa identificou o deputado João Lyra (PTB-AL) como o mais ausente, justamente o parlamentar mais rico do Congresso, segundo declaração apresentada à Justiça eleitoral: R$ 240 milhões. O deputado compareceu a apenas 29 (32%) das 91 sessões destinadas a votação em 2012. Além das faltas, esses parlamentares têm, pelo menos, mais duas coisas em comum. Ambos justificaram a maioria de suas ausências e, por isso, evitaram cortes nos salários. Os dois também têm um longo histórico de problemas com a Justiça que parece não ter fim.
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