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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

RESUMINDO O CENÁRIO PARA 2014
 
 
Um jornalista me liga e diz que minhas postagens de início de ano estão enigmáticas. Um colaborador afirma que não consegue imaginar que 2014 se revele uma eleição retrô, ao estilo 1989. Quase afirma que nem será farsa, talvez uma tragédia. Então, explico em poucas linhas:
1) A crise econômica não produziu um PIB baixo, mas toda gestão Dilma empacou o espetáculo do crescimento. Pior, desde o início a gestão Dilma não conseguiu administrar com solidez o arco de alianças (a famosa coalizão presidencialista) montada nos oito anos anteriores. A inflação parece sob controle, ainda que um controle limitado. Mas o farto crédito popular tende a ceder. E é aí que mora o perigo, porque todo sistema de legitimação do lulismo está apoiado no consumo popular. Sem ele, termina qualquer ameaça política consistente, caso o confronto se torne inevitável;
2) Com amarras da coalizão frouxas, o que seguraria os partidos da base aliada a tentarem a vida no primeiro turno de 2014? PMDB. E só. Dirigindo Câmara Federal e Senado, tendo a Vice-Presidência garantida e uma fome de dar inveja a qualquer caminhoneiro no horário de seu almoço, o PMDB sempre soube explorar espólio político. Mesmo assim, partidos com lideranças em ascensão tentarão a sorte e criarão um recall para 2018. Depois, recompõem, se for o caso;
3) A tese é simples: a novidade para 2014 não vem das oposições. Vem do bloco lulista. E, que fique claro, não significará o fim do bloco criado no final da primeira gestão Lula. No máximo, diminuirá o poder dos petistas, mas não do lulismo. Mais: mesmo fragmentado, o bloco praticamente desmonta as possibilidades do PSDB porque roubará eleitor de Aécio Neves, sem qualquer ônus em relação ao "risco petista";
4) Com as portas abertas, partidos nanicos poderão negociar apoios. Alguns, lançarão, como sempre, seus candidatos no estilo outsider. Marina aparece nestes primeiros dias de 2013 abraçada à Heloísa Helena, mas nada garante que PSOL e o novo partido de Marina estejam juntos no próximo ano (ao contrário do que deve ocorrer com as duas amigas). Parece certo que o PSB lançará Eduardo Campos. Minha questão/hipótese é: não estimularia outros partidos da base aliada a fazerem o mesmo?

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