De 2001 para 2012, na faixa dos que ganham acima de 10 salários mínimos, PT cai de 35% para 13%, menor nível da série
No Sudeste, preferência pelo PSDB cai para a metade do que era em 1995. Preferência pelo partido tucano caiu de 14% para 7% em dezessete anos
Julia Duailibi e José Roberto de Toledo, Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Entre outubro de 1995 e outubro de 2012, caiu pela metade o número de pessoas que dizia ter o PSDB como partido preferido na região Sudeste, onde se concentra a principal base eleitoral dos tucanos, que governam dois Estados: São Paulo e Minas Gerais.
Segundo o levantamento do Ibope, em 1995, 14% dos entrevistados diziam ter o PSDB como preferência partidária. Dezessete anos depois, o índice caiu para 7%. Apesar da queda, a maior parte dos simpatizantes da legenda ainda está na região. No resto do País, os porcentuais são menores: 5% no Norte/Centro-Oeste, 4% no Nordeste e 3% no Sul.
Em 2007, quando a pesquisa registrou o maior número de pessoas declarando ter alguma preferência partidária (66%), o PSDB atingiu, de novo, o pico de "simpatia" na região Sudeste. Na ocasião, 14% as pessoas disseram ter a legenda como preferida.
O PT alcançou o auge na preferência dos entrevistados em março de 2010, pouco antes da campanha que elegeu a presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, 41% das pessoas disseram preferir o partido. No Sudeste, esse pico foi de 35%, também em 2010 e em 2003, no começo da gestão do Luiz Inácio Lula da Silva.
Em 2012, o PT foi apontado como partido preferido por 27% dos entrevistados no Nordeste, 26% no Sudeste, 22% no Sul e 11% no Norte/Centro-Oeste.
Renda. Os dados também mostram mudança no perfil do eleitorado dos partidos. Em 1995, 23% dos brasileiros que tinham renda familiar acima de dez salários mínimos diziam ser simpatizantes do PT. Era o maior índice entre todos os partidos. O porcentual de simpatizantes do PSDB, nesta faixa de renda, chegava a 20%. Nos anos 90, o PT tinha a classe média dos centros urbanos como principal base eleitoral.
Em 2001, o porcentual atinge o auge, com 35% das pessoas com renda familiar acima de 10 salários mínimos dizendo que o PT era o partido de preferência. Nesse ano, o governo tucano de FHC sofria desgaste com crescimento baixo, racionamento de energia elétrica e o apagão, que alimentava críticas do empresariado. Apenas 7% dos eleitores daquele estrato econômico apontavam o PSDB como legenda preferida.
Em 2012, o porcentual de simpatizantes do PT nessa faixa de renda cai para o menor nível: 13%, o mais baixo da série. O PSDB chegou ao pico: 23%.
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