Edmilson pede a prisão de Pé de Boto ao Judiciário
Edmilson Rodrigues Foto: Antonio Jacinto |
O deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL/PA) soma voz ao Ministério Público do Estado para reivindicar a prisão imediata do ex-prefeito de Igarapé-Miri, Ailson Santa Maria do Amaral, o “Pé de Boto”, denunciado como chefe de um grupo de extermínio com atuação nas regiões do Tocantins e Metropolitana. Nesta sexta-feira, 13, Edmilson enviou ofício solicitando audiência com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), desembargador Constantino Guerreiro, no qual a decretação imediata da prisão de Pé de Boto e de outros 11 denunciados de participação no mesmo grupo de extermínio.
“A milícia de Igarapé-Miri, segundo conclusão do relatório da CPI da Assembleia Legislativa do Estado, está entre as mais violentas e poderosas do Pará. Liderada pelo ex-prefeito Aílson Santa Maria do Amaral (vulgo pé de boto) e seu secretário de obras, Ruzol Gonçalves, atuava naquela região sob a égide do discurso ideológico de “limpar a cidade da criminalidade”, pregavam o “extermínio de criminosos” para a garantia da “segurança pública” na localidade. Para isso, se associaram com sete integrantes da Polícia Militar, todos denunciados pelo Ministério Público”, cita trecho do ofício assinado por Edmilson. O psolista foi autor da CPI das Milícias, concluída no último dia 30 de janeiro, quando finalizada o mandato de deputado estadual.
Recentemente, a competência para a apreciação da denúncia criminal contra o ex-prefeito e outros 11 acusados, incluindo policiais militares, foi transferida da Vara de Combate ao Crime Organizado, em Belém, para o Tribunal do Júri de Igarapé-Miri. A transferência foi considerada prejudicial e retardatária à efetiva aplicabilidade da Justiça, já que Pé de Boto mantém o poder na região, capaz de usar de pressão para interferir no andamento do processo e na sentença.
Edmilson entregou o relatório da CPI ao governador Simão Jatene (PSDB), na última segunda-feira, 9. Ainda, o deputado federal solicitou audiência com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, a fim de tratar da retomada do convênio para a viabilização dos federais de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita), a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) e dos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), no Pará.
“A violência é um problema estruturante da sociedade. Há de se combatê-la buscando articular as diversas possibilidades de ação social e institucional, envolvendo todas as esferas federativas e instituições governamentais e não governamentais que trabalham com interface em relação ao tema da violência”, explica Edmilson. O parlamentar observa que o caso de Pé de Boto requer a intervenção imediata do Poder Judiciário porque testemunhas continuam sendo ameaçadas à luz do dia, ao arrepio da lei e da democracia.
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