Secretário Leal segue à frente da Semed de Parauapebas
Não vingaram as “profecias”, projeções, especulações, fofocas, desejos e vontades ocultas que davam como certa a saída do professor José Leal Nunes da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Parauapebas ao longo desta semana. Leal segue firme e forte no cargo e com a bênção do prefeito Darci Lermen, até decisão em contrário do gestor maior.
Nesta sexta-feira (15), publicações apócrifas ganharam força nas redes sociais dando conta de que Leal havia sido “demitido sumariamente”, o que causou grande comoção entre os educadores, uma vez que o secretário é benquisto por sua humildade e disposição em dialogar, tendo sido elogiado até mesmo pelo juiz Lauro Fontes Júnior recentemente, ao procurar o Judiciário para tentar resolução pacífica para os dilemas das contratações da pasta.
No entanto, a gritaria nos grupos de WhatsApp não prosperou, já que as duas edições do Diário Oficial do Município — inclusive uma extra, de fim de tarde — publicadas nesta sexta não trouxeram a exoneração de Leal do cargo muito menos a nomeação de qualquer substituto. Leal, vale ressaltar, é professor efetivo da rede pública municipal de ensino, além de ser concursado da rede estadual, com a qual mantém um bom e importante diálogo.
Segundo informações apuradas pelo Blog Sol do Carajás, o prefeito Darci Lermen lamentou uma publicação disparada nesta sexta para tentar sabotar o seu secretário de Educação, principalmente no apontamento referente à “desvalorização salarial dos professores”, haja vista ser ele, Darci, o prefeito que mais concedeu melhorias salariais aos educadores da rede municipal.
Atualmente, a média de salário bruto de um professor em sala de aula está em R$ 11.651. Quando Leal assumiu a Semed, em janeiro de 2021, a média era de R$ 7.884. Durante a gestão do atual secretário, a remuneração média dos educadores obteve valorização de 48%, especialmente após a edição de uma lei municipal, sancionada no ano passado, que garantiu o aumento do vencimento-base dos educadores, a fim de, lá na frente, evitar perdas para efeito de aposentadoria como historicamente vinha ocorrendo.
“Leal fica”, disse prefeito Darci
“Ele é um gestor muito sensível e humano”, declarou ao Sol do Carajás uma fonte próxima ao prefeito e segundo quem não está no radar de Darci tirar Leal da Semed no momento. “Darci é esperto. Ele sabe que não lhe trará ganho político substituir secretário com base em boataria de rede social ou picuinha e calundu de quem quer que seja”, complementa, adicionado que nem os envolvidos na “troca fake” da Semed estavam sabendo de exoneração ou nomeação.
Meia dúzia de ‘gatos pingados’ quer tirar o secretário na marra, mas o prefeito não embarca nessa onda. Se e quando ele quiser trocar, comunicará o gestor da pasta”, esclarece a fonte da mais alta plumagem do governo.
O prefeito espera, contudo, que o secretário providencie uma reforma administrativa na Semed porque a secretaria, ao longo dos anos, acabou ficando entupida de setores e muito cara para manter.
Prestigiar a lealdade ao governo
Estranho, pero no mucho, forças internas do próprio governo sabotam o secretário, justamente no momento em que consegue solucionar graves problemas nas contratações temporárias abusivas, acumuladas por anos e décadas. Leal estabeleu com a Justiça uma relação respeitosa, afastando de certo modo a espada que pairava sobre a cabeça da administração atual.
Contas apertadas e problemas
Atualmente, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) mal dá para pagar a folha dos educadores. Para variar, o Fundeb, no valor de R$ 180,73 milhões recebidos de janeiro a setembro deste ano, está abaixo do mesmo período de 2022, no montante de R$ 186,96 milhões, mesmo diante de uma inflação acumulada em 4,61% nos últimos 12 meses. O Fundeb vai praticamente todo para pagamento dos educadores — a folha dos professores consome sozinha R$ 19,9 milhões por mês, sem contar demais servidores, como coordenadores e pessoal administrativo.
A receita municipal caiu e, por tabela, o repasse para fazer rodar a Semed também diminuiu, prejudicando a oferta e a prestação de serviços educacionais, como transporte escolar e merenda, mas a pasta tem feito uma força-tarefa para minimizar os impactos aos educandos. Tanto é que, devido à crise financeira que se abateu sobre a Prefeitura de Parauapebas, os recursos da educação caíram 5,82%, de R$ 385,19 milhões no ano passado, até meados de setembro, para R$ 362,75 milhões no mesmo período deste ano.
O problema é que esses recursos — tanto de transferências do Fundeb como próprios — deveriam ter crescido em 2023 pelo menos 5,79%, correspondente à inflação de 2022. Como a conta não fecha, a Secretaria Municipal de Educação — assim como todas as demais pastas da prefeitura — precisa ‘desinvestir’ para aguentar a turbulência.
Enquanto os ‘rumoristas’ de plantão tentam botar uma pulga atrás da orelha do prefeito, Leal segue trabalhando e despachando normalmente, na tentativa de manter serviços com recursos escassos em mais uma semana “normal” na Parauapebas de muro baixo.
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