Tentativa de feminicídio com espancamento e asfixia da vítima
O vereador Edinilton Silva Rodrigues, vulgo Bodó, vice presidente da Câmara Municipal de Arame/MA (aqui), tinha uma ordem de prisão por tentativa de feminicídio, desde o dia 30 de março, sob n° 0800186-24.2023.8.10.0068.01.0002-07, da lavra do juiz Felipe Soares Damous, da 1ª Vara da Comarca de Buriticupu/MA, respondendo pela Vara Única de Arame (aqui).
Bodó foi indiciado pelo crime do artigo 121, § 2º, III e VI, do Código Penal, ou seja, feminicídio com requintes de crueldade, de acordo com as investigações, Bodó jogou a vítima no chão e puxou seus cabelos da sala até o quarto da casa. Em seguida, ele a imobilizou, bateu sua cabeça no chão diversas vezes e ainda colocou um pano em sua boca, a asfixiando. O crime ocorreu em 25/3/2023, por volta das 20:00 (aqui).
Desafiou e desmoralizou
Bodó desafiou o judiciário e desmoralizou as polícias maranhenses que inexplicavelmente não conseguiram realizar a sua captura, ficando 180 dias foragido. Apenas em 08 de agosto Bodó resolveu se entregar para a justiça.
Nem 30 dias preso e com direito a visita de políticos
Bodó passou 108 dias foragidos, mostrando determinação em frustar a aplicação da lei e não ficou 30 dias preso (se é que se pode chamar de prisão), período em recebeu as visitas de prefeito, de vereadores e até de deputado.
Trata de um crime com requintes de crueldade, a vítima escapou apenas por vontade divina, a soltura do vereador Bodó é inexplicável, opera como incentivo aos agressores, ainda mais num contexto de aumento dos casos de femincídio no Brasil.
Ele solto, ela presa
Ainda não sabemos se ao menos Bodó usará tornozeleira eletrônica ou em ficará em recolhimento domiciliar, dificil aceitar que o meliante posso retornar livremente à normalidade da cidadania, sem qualquer punição cautelar e livremente reassumir o mandato de vereador no município de Arame/MA.
A vítima, ainda viva por vontade divina, não poderá voltar pra sua cidade, ela e sua familia são presas do medo, da insegurança e da INJUSTIÇA! Bodó, solto!
Bodó e Katiusse Bonfim
Em toda essa situação, o município de Arame foi abalado e seus moradores escandalizados, um fato chamou a atenção da cidade: o deplorável comportamento da vereadora Katiusse Bonfim, hipotecando apoio incondicional ao agressor Bodó (aqui).
Talvez, a vereadora não se importe com o crescimento exponencial do crime de femincídio no Brasil.
Aumento absurdo
O feminicídio no Brasil aumentou 31,46%, no período de 1980 a 2019 (aqui), mas em 2022 esse crime evoluiu pra taxas absurdas: uma mulher é morta a cada 6 horas, foram 1,4 mil mulheres mortas, o maior número registrado no país desde 2015, quando a lei de feminicídio entrou em vigor (aqui).
Aumento de pena e imprescritível
Tentando reagir a esses números absurdos, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei n° 517/19, alterando o Código Penal para tornar o crime de feminicídio imprescritível e aumentar sua pena mínima de 12 para 20 anos. A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votada pelo Plenário (aqui).
Nenhum comentário:
Postar um comentário