Há um antigo ditado romano que diz que “o destino pode ser um rio ou um cavalo. Se for rio, você será levado pela correnteza; se for cavalo, você colocará um arreio e irá conduzi-lo”.
Esta é a imagem que tenho quando penso no PT e nos partidos de esquerda atualmente.
Imagem que foi reforçada pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR), líder do partido na Câmara dos Deputados, ao afirmar que “comunicação do PT tem que melhorar”.
Creio que o nobre deputado, por óbvio, se refira ao partido em nível nacional, enquanto principal condutor do governo federal. Se o parlamentar viesse para o nível local, nos municípios, acho que seria tomado pelo desespero.
Pois, em alguns municípios, a comunicação não tem como melhorar, vez que simplesmente não existe. Em outros, que sob ponto de vista político são estratégicos, como é o caso de Parauapebas, a impressão que o PT virou um “zumbi político”.
Embora lidere uma federação, a vida partidária hibernou nas picuinhas das disputas pelas migalhas, cargos e assessorias atiradas pelo prefeito Darci Lermen (MDB).
A isto, some-se a burocratização e o autoritarismo da direção municipal: em Parauapebas, o PT está morrendo!
Fechado, o partido se distanciou das bases sindicais e dos movimentos sociais. Acéfalo, não se mostra à altura de liderar as esquerdas e a centro-esquerda, como o faz em nível nacional, e oferecer projetos e nomes viáveis para disputar as eleições que se aproximam.
Mesquinho, se contenta com um papel secundário, irrelevante para conduzir a federação que formalmente lidera, a qual, por gravidade política e exemplo, também estimula à mesquinharia e à falta de ambição política maior.
A quem de longe observa, tem-se a impressão que o PT em Parauapebas fez uma escolha por uma espécie de eutanásia política, um tipo de morte assistida, em sentido político. E, como Cronos, engole seus filhos e filhas.
Pois, ao impor-se o silêncio, fechar-se ao debate, esperar até a “unidécima” hora, o partido submete seus filiados/as e militantes à morte política lenta e burocrática, não se renova, não se abre para os novos ares.
Em Parauapebas, como aliás, em muitos outros municípios paraenses e brasileiros, o PT tem se deixado às aguas do rio: em vez de conduzir, aceitou ser conduzido pelo destino; em vez de arreio, preferiu ser cavalo!
Leônidas Mendes Filho - historiador, professor e bacharel em Direito
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