A agropecuária na Amazônia é insustentável e criminosa: destruição, assassinatos, genocídio dos povos indígenas
Uma nota publicada num jornal paraense comemora um dado macabro, um crime diretamente ligado ao desmatamento, o estado está entre os dez maiores exportadores de soja do Brasil (leia aqui), na mesma nota, o jornal, jubilosamente cúmplice, noticia que a área cultivada (destruída), nos últimos anos, saltou de 85,5 mil para 603,4 mil hectares. O jornal não mostra que a maior parte da área é fruto de grilagem e violência contra as populações locais.
"O desmatamento costuma seguir uma dinâmica constante: extração ilegal de madeira, queimada, ocupação por fazendeiros e produtores (gado e soja) e tentativa de legalização da área pública grilada". (COMO SALVAR A AMAZÔNIA - POR LUÍS ROBERTO BARROSO, PATRÍCIA PERRONE CAMPOS MELLO - no JOTA - aqui)
Pará é o líder em desmatamento e mortes
O Pará lidera o números de assassinatos de trabalhadores rurais e defensores da floresta.
Na Região Amazônica, na última década, foram mais de 300 vítimas, apenas nove destes casos foram a julgamento. No Pará, somente quatro de 89 casos foram a julgamento entre 2009 e 2019 (leia aqui), neste último ano, 2019, foram 12 assassinatos registrados no Pará (leia aqui).
A liderança em mortes está associada ao desmatamento, o Pará é líder nos dois casos, é quem mais destruiu a floresta na Amazônia Legal em 2019 e 2020 com 4.172 km² e 5.192 km² devastados, respectivamente.
Em 2019, a taxa de desmatamento na Amazônia Legal brasileira foi de 10.129 km² de floresta (leia aqui no INPE), em 2020 esse número foi ainda mais trágico, o Brasil perdeu 11.088 km² de floresta.
Os números representam perdas irreparáveis para todo o planeta e com sérios danos para a humanidade (leia aqui).
Fordlândia
O agropecuária na Amazônia, em especial a produção de soja e a criação de bovinos, não tem sustentabilidade em nenhum aspecto: nem no econômico, nem no social e muito menos no ambiental, uma 'fordlândia' (leia aqui), as consequências hoje e para o futuro são imensamente mais trágicas.
Violência
A agropecuária na Amazônia é simplesmente um caso para o Direito Penal, só produz violência contra os povos da região e destruição ambiental.
"Desde a clássica formulação do Relatório Brundtland, de 1987, desenvolvimento sustentável vem sendo definido como aquele que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades, assegurando o equilíbrio adequado entre crescimento econômico, proteção ambiental e progresso social. São três, portanto, os seus pilares: social, ecológico e econômico. Por fim, o grande papel do direito penal é o de funcionar como prevenção geral de crimes (deterrence), dissuadindo os indivíduos de cometê-los pela probabilidade real de serem punidos. A falta de fiscalização e de repressão adequada dos crimes ambientais dá incentivos comportamentais errados, que contribuem para a degradação da Amazônia". (COMO SALVAR A AMAZÔNIA - POR LUÍS ROBERTO BARROSO, PATRÍCIA PERRONE CAMPOS MELLO - no JOTA - leia aqui)
Sanções duras contra os terroristas ambientais, as maçãs podres
O produtor de soja e o pecuarista na Amazônia são simplesmente delinquentes, terroristas ambientais, esses indivíduos, agentes de grupos econômicos poderosos, como a JBS, devem pagar pelos danos que causam à humanidade, ao planeta, já tarda a necessária punição desses elementos.
Os terroristas ambientais são poucos, porém são muitos destrutivos, 2% das propriedades são responsáveis por 62% do desmatamento:
"Embora a maior parte da produção agrícola brasileira seja livre de desmatamento, constatamos que 2% das propriedades na Amazônia e no Cerrado são responsáveis por 62% de todo o desmatamento potencialmente ilegal e que cerca de 20% das exportações de soja e pelo menos 17% das exportações de carne bovina de ambos os biomas para a UE podem estar contaminadas com desmatamento ilegal." (leia aqui)
No Pará eles tem nomes e sobrenomes, as maçãs podres
No Pará, as maçãs podres tem nomes de famílias tradicionais no Estado, estão reunidas na famigerada Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e nos Sindicatos de Produtores Rurais (Siproduz), fácil identificá-los, é preciso que sanções econômicas duras sejam imputadas aos seus membros pela comunidade internacional.
Essas associações e sindicatos no Brasil, na Amazônia e no Pará seguem impunes.
Participação da agropecuária na economia brasileira
O denominado 'agronegócio' tem um desempenho muito aquém do que a propaganda midiática lhe atribui, o Produto Interno Bruto do Bruto (PIB) brasileiro de 2020 foi de R$ 7,44 trilhões, a contribuição do setor agropecuário ficou em R$ 0,43 trilhão, ou seja, apenas 5,77% do PIB nacional, isso a um custo ambiental e social inestimável.
Não é 'curral de goianos' e nem será!
No Brasil, como se constata o setor tem um desempenho tão sofrível quanto destruidor, na Amazônia a soja e a pecuária são apenas criminosos, o resultado econômico é pífio e concentrado nas mãos de poucos, não tem o menor sentido festejar e financiar esse terrorismo ambiental, diante do custo social e ambiental inerente a estas atividades.
A Amazônia e principalmente Pará não merecem e não se destinam a ser um 'curral de goianos', fora!
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