“Durezas”, por Marina Silva
Rede Sustentabilidade 30 de maio de 2014
Mudanças reais e profundas, essa é a exigência nas ruas. Podemos discordar de algumas manifestações, ou de todas, mas reconheçamos: elas são sintomas de uma crise profunda que não se resolverá com a repetição de velhas receitas políticas.
Esse é um drama de todos os povos e países, a grande distância entre o que a sociedade quer e o que o “sistema” está disposto a conceder. Mas há, no caso brasileiro, um agravante: a forma com que a malchamada “classe política” destrata as demandas sociais e criminaliza os movimentos populares.
Agora mesmo, no Congresso, notórios ruralistas criaram uma frente de “defesa das populações atingidas por áreas de conservação”
Não basta diminuir o tamanho das áreas protegidas e anistiar desmatadores? E o que dizer da aprovação de remunerações no Judiciário acima do teto legal, com a possibilidade de depois estender a benesse ao Executivo e ao Legislativo, num momento em que a polícia –ela mesma malremunerada– é convocada para reprimir professores e outras categorias profissionais em greve por seus salários irrisórios?
A situação mais dramática permanece sendo a dos povos indígenas. Em meio à balbúrdia dos “civilizados”, eles lutam para sobreviver.
O projeto que inviabiliza a demarcação de suas terras, submetendo-a ao controle dos parlamentares, é mais uma investida no extermínio iniciado há cinco séculos. Outro projeto, da abertura para a exploração mineral, é a ordem de ataque.
Confira a íntegra do artigo de Marina Silva publicado hoje na Folha de S.Paulo.
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