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segunda-feira, 14 de março de 2016

Conversa Afiada disse tudo!

São Paulo. A Geografia do Golpe

O PSDB não faz o prefeito da capital nem o Governador!
nao sabemos perder
Imagem do Twitter de Ana Leão


Depois de um breve estudo de Antropologia – sob a douta inspiração do Gilberto Freire com “i” - em que se demonstrou o caráter Branco e elitista da passeata de domingo – e, portanto, a Dilma venceu, porque esse pessoal nunca votou nela nem no Lula…- , depois da Antropologia cabe agora fazer uma breve incursão no terreno da Geografia.

Os dois pontos de maior concentração Branca foram em Curitiba e em São Paulo.

Curitiba, é óbvio, porque se tornou o QG dessa gente de classe média que compõe uma escória institucional: o Sistema Moro, que inclui a PF e o Ministério Público.

Uma classe média despreparada, arrogante, autoritária – e anti-povo.

Porque, como toda classe média Branca, o Sistema Moro tem pavor de pobre que tome o lugar – e o salário – deles.

O Sistema Moro transformou Curitiba numa sub-sede do Golpe.

A sede, como sempre, é São Paulo.

Aquele camburão das celebridades explica.

Estavam lá dentro o Pauzinho do Dantas, o Imbassahy da Bahia, o Aloysio 300 mil, o Aecím de Furnas e o Geraldinho Merendão.

Eles achavam que saiam na Estação Finlândia, como Lenin: desembarcar e tomar o Palácio de Inverno.

Foram escorraçados, como diz o Rodrigo Vianna.

Saíram com o rabo entre as pernas.


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E se não tivessem fugido, como fugiram também em 1964, o Padim Pade Cerra e o Príncipe da Privataria seriam igualmente escorraçados.

Mas, esse não é o ponto central dessa análise “geográfica”.

É que o Golpe começou e acabou em São Paulo.

Data venia, o Senador Requião, mas, desculpe, Curitiba não derruba nem poste.

O Golpe, em 2016, como em 1964, tem começo, meio e fim em São Paulo.

Onde esses tucanos enxotados pelos tucanos da Avenida Paulista governam (sic) há 390 anos.

Liberam as catracas do metro, jogam o jogo do campeonato de futebol (sic) para a manha de domingo, e incentivam os Golpistas com meios legais e visíveis e ilegais e invisíveis.

São trinta anos sentados na corrupção do trensalão, do merendão, impunes – e na inépcia.

E, mesmo assim, tentam derrubar uma Presidenta eleita pelo voto do povo – que eles não tem, quando se trata de eleger o Presidente.

Perdem há quatro eleições e vão perder as de 2018 e 2022, para o Lula.

Ou para quem o Lula apoiar.

Porque, como Deus escreve certo por linhas tortas, o sequestro do Lula fortaleceu o Lula.

(É que o Moro não entende nada da Política com que a Globo vai seduzi-lo.)

Essa é a Geografia do Golpe.

São Paulo é a capital.

Mas, uma parte de São Paulo ainda pode ser cooptada.

Keynes dizia que o empresário é como um cachorrinho de estimação.

Assustado, inseguro, frágil, que se contenta com um carinhozinho, um osso.

Se o Lula chegar a Primeiro Ministro e der pra eles um carinhozinho, esses mesmos empresários, carentes, frágeis, mimados ficam mansinhos.

Não é uma batalha perdida.

Perdida é a São Paulo tucana.

Não vai fazer o prefeito da capital nem o governador.

Eles não enganam mais nem os próprios tucanos.

Em tempo: quem será o general Kruel de 2016, o que recebeu seis malas de dólares para derrubar o Jango, em 1964? Kruel comandava o Exército em... São Paulo!

Em tempo 2: com a primeira página da Fel-lha de hoje, o Otavim deve se achar o novo Kruel. Quá, quá, quá!

Em tempo 3: a manifestação de ontem em São Paulo foi o último movimento da Guerra da Secessão de 1932. Devidamente esmagada por Vargas.

Em tempo 4: eles acham que a Dilma deixará de ser Presidenta só em São Paulo e Curitiba. Porque, no resto...

Paulo Henrique Amorim

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