TRANSCARAJÁS: união inédita começa a transformar em realidade a rodovia da integração - governo do Estado, Parauapebas e Canaã

União jamais vista

O Sul/Sudeste do Pará tem motivos para comemorar mais uma visita do governador Helder Barbalho, ele esteve na região para assinar um compromisso com o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, e a prefeita de Canaã dos Carajás, Josemira Gadelha, visando a duplicação da PA 160, entre as duas cidades.

PA 275 já é realidade

A PA 275, entre Parauapebas e Curionópolis, hoje não tem qualquer paralelo com o gargalo em forma de 'estrada' que existia anteriormente.

O governador se compromete a concretizar o asfaltamento da PA 160, a partir do que passaria a merecer a denominação de TRANSCARAJÁS.

A união dos entes envolvidos: Estado, Parauapebas e Canaã dos Carajás é algo inédito na gestão pública da região.

As obras são para todos, porém a maior beneficiada também é a grande ausente: a mineradora  Vale.

Toda folha de papel tem 'frente e verso'.

Pra dizer que não falei do verso 

Toda 'história' tem dois lados, agora vamos falar do 'outro lado que é o outro lado do preço' e só vamos falar porque ainda não foi censurado (aqui).

As obras e os planos anunciados em Canaã dos Carajás e Parauapebas falam em 'bilhão', tudo pode virar obra de 'Robin Hood às avessas', o mito da floresta de Sherwood (aqui) tirava dos ricos pra dar aos pobres,  na 'floresta de carajás' não se deve tirar dos pobres para doar aos ricos. Não se deve simplesmente doar os recursos de Parauapebas e Canaã aos fundos bilionários que controlam a mineradora Vale, mediante obra em rodovia e aeroporto que servirá quase que exclusivamente aos interesses da mineradora.

A Vale é a principal interessada

A mineradora Vale será a grande beneficiada com as obras anunciadas, todas deveriam constar como condicionantes sociais e ambientais para a instalação e operação dos Projetos Ferro Carajás e S11D, nas cidades de Parauapebas/PA Canaã dos Carajás/PA, infelizmente as autoridades e a sociedade negligenciaram, a região sofre os impactos e os seus gargalos, ficando refém da exploração de commodities minerais com prazos e datas para o seu esgotamento econômico.

Foi a Vale e é da Vale

A PA-160 foi implantada pela própria VALE, a mineradora conserva a rodovia, conforme se pode constatar no site da JM Terraplanagem (aqui).

Um relatório da VALE (aqui) tem informações sobre os investimentos para a implantação do projeto S11D, segundo o documento foram aplicados cerca de 11,45 bilhões de dólares (R$ 60 bilhões), de esperar que havendo necessidade a própria mineradora duplicaria 'sua rodovia'.

Os lucros absurdos da Vale

No relatório da Vale (aqui), na página 14, a mineradora estimava em 30 anos o ciclo de exploração do S11D, com extração anual de 90 milhões/toneladas. 

A cotação da tonelada do minério de ferro já supera os 200 dólares (AQUI), gerando lucros absurdos (AQUI) para os  seus sedentos acionistas. A explosão da cotação do minério de ferro no mercado internacional fez a VALE ampliar a extração em Canaã dos Carajás para cerca de 120 milhões de toneladas/ano.

Acaba um dia

O aumento de 90 para 120 milhões de toneladas ao ano reduz o tempo de vida útil do S11D em aproximadamente 8 anos, diminuindo de 30 para 22 anos de exploração.

Planos e planos

A prefeita de Canaã dos Carajás é uma jovem política e tudo aponta que movida pelas melhores intenções ao anunciar um grande (e, em alguma medida equivocado) plano de investimentos (aqui).

Obras em rodovias e aeroportos podem se transformar apenas em doação indireta aos acionistas da Vale.