sexta-feira, 17 de maio de 2024

Taxa de analfabetismo de Parauapebas é uma das menores do Pará


Taxa de analfabetismo de Parauapebas é uma das menores do Pará

Ex-secretários Raimundo Neto, Juliana de Souza, Luiz Vieira e atual titular da Semed, José Leal Nunes, além de professora Nilza Coelho e vereadora Eliene Soares, deram, cada um, valiosa contribuição para tocar políticas educacionais de valorização e inserção da população adulta no universo do letramento

Entre 2010 e 2022, o município de Parauapebas reduziu a taxa de analfabetismo de sua população com mais de 15 anos em mais de dois pontos e meio percentuais e segue ostentando um dos menores índices do Pará. A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog Sol do Carajás, que acessou microdados inéditos lançados nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é uma das colheitas mais prósperas do legado do prefeito Darci Lermen, que entregará o mandato este ano com Parauapebas apresentando a 7ª menor taxa de analfabetismo do estado. A redução foi da ordem de 33% em 12 anos. Se forem considerados dados mais atuais, da população eleitora, a taxa em 2024 é ainda menor: 2,11%.

A boa performance de Parauapebas nas estatísticas de escolarização capturadas pelo IBGE vem sendo construída a muitas mãos. Em 2010, quando o censo do IBGE detectou 8,11% de analfabetos entre os então 153,9 mil habitantes, o prefeito também era Darci e o secretário era o professor Raimundo Neto, uma das maiores estrelas da educação local. Em 2005, ao assumir a Secretaria Municipal de Educação (Semed), Neto havia recebido a taxa de analfabetismo apurada no censo 2000 em 16,3% e conseguiu entregá-la pela metade à gestão seguinte.

Redução constante

Entre os anos de 2013 e 2016, sob a gestão do então prefeito Valmir Mariano, a taxa também diminuiu, tendo a professora Juliana de Souza, secretária de Educação entre 2013 e 2015, sido a responsável por fazer a taxa baixar a 7%, índice mais significativo do mandato de Valmir.

No retorno à prefeitura, em 2017, o prefeito Darci Lermen trouxe consigo o secretário Raimundo Neto, que, em dois anos de passagem pela Semed, conseguiu fazer a taxa baixar a 6,33%. Seu sucessor, o professor Luiz Vieira, também deu contribuição entre 2019 e 2020, tendo entregue a taxa em 5,89% ao final do mandato.

Já a partir de 2021, após a reeleição de Darci para o quarto mandato, o professor José Leal, escalado para titular da Semed, contribuiu para manter a taxa de analfabetismo em ritmo decrescente, por meio de políticas de incentivo à alfabetização e à formação de jovens e adultos, ampliando a atuação dos centros de ensino personalizados implantados em gestões passadas e, com isso, alcançando índice de 5,44% em 2022, a menor da história do município, que, diga-se de passagem, viu a população disparar para 267,8 mil habitantes.

Menos adultos ‘analfa’

A taxa de analfabetismo recuou principalmente entre a população adulta graças a esforços históricos da Semed para incluir, por meio dos Centros de Ensino Personalizados de Jovens e Adultos, os chamados Cepejas, a população de mais idade, que era, por falta de opção ou mesmo resistência à escola, a mais desprovida de escolarização formal.

Além dos secretários de Educação mencionados, é justo destacar que a professora Nilza Coelho e a vereadora Eliene Soares são duas grandes contribuintes para o sucesso da queda da taxa de analfabetismo no município. Nilza por ter sido pioneira em identificar a necessidade de alfabetização de jovens e adultos de forma que esse público se sentisse confortável em estudar, fazendo seu tempo e a seu modo; e Eliene por ter produzido o maior volume de políticas públicas voltadas à educação, desde campanhas até projetos para matricular alunos mais próximos de casa, a fim de que eles, sobretudo os adultos, não desistissem da escola.

Esse combo de medidas fez com que muitos cidadãos, especialmente com mais de 50 anos, se sentissem incluídos na educação e passassem a sonhar e a fazer planos para o futuro. Muitos, inclusive, tornaram-se profissionais do magistério, da saúde e do direito após terem iniciado e concluído os estudos em Cepeja.

Repercussão no IDHM

Por trás da taxa de analfabetismo divulgada nesta sexta pelo IBGE, Parauapebas pode, no ano que vem, ganhar “uns pontinhos extras” no cálculo do famoso Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que, entre outros critérios, leva em consideração a escolarização da população.

Vale considerar que o índice de analfabetos de Parauapebas foi reduzido de forma extraordinária em meio a uma população que aumentou em 114 mil habitantes, um dos maiores crescimentos do país. Assim, se manter a taxa de 2010 já seria um desafio diante do avanço demográfico, conseguir reduzi-la, como visto em 2022, foi algo fenomenal.

Com novos dados que o IBGE deve lançar até o final deste ano, como expectativa de vida da população e rendimento médio, todos os quais mostrando que Parauapebas avançou, é esperado que o IDHM apurado em 2010 siga na categoria considerada “alto”, mostrando que, não obstante os crescentes problemas sociais e de infraestrutura típicos de uma cidade que cresce sem parar, Parauapebas progrediu educacionalmente, desenvolveu-se socialmente e prosperou na perspectiva humana, como uma semente plantada por várias mãos e diferentes modos e modelos de contribuições.

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TAXA DE ANALFABETISMO EM PARAUAPEBAS

Censo 1991 — 22,21% de 36,5 mil habitantes

Censo 2000 — 16,30% de 71,6 mil habitantes

Censo 2010 — 8,11% de 153,9 mil habitantes

Censo 2022 — 5,44% de 267,8 mil habitantes

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