quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

CORONAVAC: Vacina do Butantan eficácia de 100% para os casos graves e tem vantagem sobre novas variantes do coronavírus, diz a BBC



"(Diferentemente dessas vacinas, a CoronaVac aposta no vírus inteiro inativado, não apenas no gene da spike. Com isso, várias células do sistema imune são ativadas e são produzidos vários outros anticorpos, não só os neutralizantes", explicou à BBC News Brasil a microbiologista Ana Paula Fernandes, pesquisadora do Centro de Tecnologia em Vacinas e Diagnóstico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O virologista Julian Tang, professor da Universidade de Leicester, no Reino Unido, também avalia que o percentual global de eficácia da CoronaVac pode ser menos afetado pelas variantes de Manaus e África do Sul.

A vacina sino-brasileira reduz em 50,38% a ocorrência de sintoma da covid-19, independentemente da gravidade, o que é conhecido como eficácia global. O percentual mínimo de eficácia global para uma vacina ser aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 50%. Contra casos leves, a CoronaVac apresenta percentual de proteção de 78% e, contra casos moderados e graves, de 100%.

Ao não investir tanto na produção do anticorpo neutralizante, a CoronaVac apresentou taxas piores de eficácia para impedir por completo sintomas da covid-19, independentemente da gravidade, já que é justamente esse anticorpo que barra a entrada do vírus na célula. Mas, agora, a opção por utilizar o vírus inteiro na vacina, pode dar à CoronaVac vantagem no combate a variantes com a mutação E484K.

"Ao injetar o vírus inteiro inativado, a CoronaVac induz anticorpos que interagem com todas as outras 20 a 30 proteínas do vírus. Embora esses anticorpos não neutralizem (o vírus), eles reduzem o grau de infecção e a transmissão", disse Tang à BBC News Brasil.)"


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