quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Hora da faxina em Parauapebas - Por Marco Atílio

Charge - Blog Tijolaço


É de fácil constatação que a maioria dos membros do governo Darci Lermen aderiu ao bolsonarismo. É uma adesão aparentemente estranha e sem explicação.

Não há dúvidas sobre a índole republicana do prefeito e de quais eram seus candidatos nessa eleição. Sua posição em defesa da democracia, da diversidade, dos mais pobres, dos trabalhadores e das pautas dos movimentos sociais como, por exemplo, o MST é de conhecimento de todos.

No entanto, membros de seu governo assumiram a defesa de uma agenda completamente divergente.

Lindolfo Mendes resumiu sabiamente em apenas uma frase, neste mesmo "soldocarajas", o retrato final das eleições em Parauapebas: “o prefeito de Parauapebas perdeu a eleição com Helder e Haddad, mas o "governo local" ganhou com Márcio Miranda e Bolsonaro”.

Bem, o momento exige reflexão. Jamais faríamos qualquer apelo para que Darci promovesse uma espécie de caça às bruxas e demitisse todo e qualquer eleitor de Bolsonaro. Jamais!

Entendemos que a maioria não faz ideia do mal que fez ao país e a si própria quando decidiu apertar o número 17 na urna eletrônica no último domingo. Na verdade, essas pessoas serão vítimas de suas escolhas e são dignas de pena.

Porém, ter bolsonaristas, ou melhor, fascistas, em seu ciclo próximo e ocupando cargos de confiança, não é apenas um ato que depõe contra sua própria biografia, é ofensivo.

O projeto de um governo não é realizado apenas pelo prefeito, mas principalmente por seus secretários e assessores. Como um governo pode dar certo se a visão de Administração Pública entre prefeito e assessores é completamente oposta?

O momento requer atitudes firmes e contundentes. Chegou a hora de fazer uma faxina nos cargos de confiança, incluindo secretários de governo. Uma higienização é questão de sobrevivência.

Laços familiares foram rompidos por todo país, amizades de décadas estão sendo desfeitas e o motivo é simples: não há coexistência possível com fascistas e democratas, como defendem o filósofo Vladimir Safatle e o sociólogo Jessé Souza.

Quando a barbárie e civilização estão em uma verdadeira batalha, não há meio termo: ou você defende a liberdade ou a tirania. A neutralidade certamente favorecerá o mal.

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