segunda-feira, 30 de julho de 2018

Parauapebas: "Os dilemas de Marcelo" - por Léo Mendes

No mundo dos negócios [e da política] nunca
se obtém aquilo que se quer, mas sim aquilo que se negocia.
(Chester Karrass)


O ex-deputado Ulisses Guimarães gostava de afirmar que o “voto, e somente o voto, transforma homens públicos em homens de Estado”. Esta é uma lição que vem se mostrando de difícil aprendizagem para muitos dentre os que se apresentam como lideranças em Parauapebas!

Esse, me parece, é o caso de Marcelo Catalão, atualmente no DEM.

Todos, em nossa cidade, reconhecem o importante papel de “avalista político”, junto a empresários e fazendeiros, que Marcelo Catalão desempenhou quando da primeira eleição do prefeito Darci Lermen (na época, em 2004, pelo PT; atualmente, no MDB) e sua atuação, no início do primeiro mandato, à frente da SEFAZ!

Todos também reconhecem que ele teve dificuldades em assimilar a decisão do prefeito de afastá-lo daquela secretaria! E sua mágoa e reclusão mais lhe trouxeram obstáculos políticos que vantagens: inclusive, porque já naquele momento ficaram evidentes suas limitações com a “ars politica”, isto é, com as “coisas da política”.

Desde então, Marcelo Catalão, na maioria da vezes em que quis ou tentou enveredar-se pela política, o fez com constantes vacilações, indecisões! E, não raro, como frequentemente se fala no senadinho do Baixinho: “o cavalo lhe passou selado...!

Foi assim em 2008, quando poderia ter apresentado seu nome, ainda que com poucas chances. Mas, indubitavelmente, teria lhe aberto, já ali, um canal de contato com a população! Bem como, no pleito seguinte, em 2010, para qualquer das “deputâncias” (federal ou estadual).

Não o fez; deixando o espaço aberto pra Valmir Mariano!

Fez o mesmo em 2012! Fez que ia, acabou não indo: tornou-se “o que era sem nunca ter sido”, como a personagem Viúva Porcinha, da novela Roque Santero, de Dias Gomes, sucesso nos anos de 1980! E, de novo: “comeram-lhe a boia”, politicamente falando.

Já em 2014, depois de tantas indecisões, Catalão finalmente enveredou oficialmente na política: lançando-se a deputado federal, vendo nisso o trampolim para a candidatura a prefeito em 2016 como realmente o fez! Na primeira, com 22.236 votos, foi o mais votado em nossa cidade! Na segunda, para prefeito, com 16.276 votos, ficou em terceiro!

Entretanto, ao que parece, Marcelo Catalão não tomou a lição de Ulisses Guimarães, pois entre buscar as causas de sua derrota em suas indecisões e nas limitações de sua campanha, resolveu “culpar o povo” pela sua “não escolha”, anunciando aos quatro ventos que “mais uma vez abandonaria a política”!

Agora, outra vez, levado a reboque dos acontecimentos sobre os quais demonstra dificuldades de compreensão, vê-se compelido a montar às pressas palanque. E, todos se mostram unânimes, não pra si, mas para seus partido, seu candidato a governador Marcio Miranda! E, de novo, vacila, oscila, levado pelos seus dilemas de “não querer querendo, sem querer ser sendo”!

No entanto, a história, como a política, não perdoa! Em ambas, “a luta pode ser como lidar com uma rio ou com um cavalo. Se for rio, a correnteza lhe leva; se for cavalo, se pode montá-lo”! Esse é o seu dilema: a correnteza ou o arreio!

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