Promotor diz que valores desviados na Câmara é "brincadeira de criança", comparando com a prefeitura de Parauapebas

ODILON e VALMIR DA INTEGRAL, destinos entrelaçados: um está preso, o outro ainda comanda a prefeitura de Parauapebas, juntamente com a filha, FLÁVIA DA INTEGRAL

ODILON e VALMIR DA INTEGRAL em festa de "arromba filistéia"

O Promotor de Justiça Hélio Rubens, que responde pela Promotoria de combate à Improbidade e aos crimes contra a Administração Pública de Parauapebas, concedeu entrevista exclusiva à Agência de Notícias Conecta Carajás.

Diante da gravidade dos fatos, o promotor de justiça vislumbra em breve a prisão de todos os envolvidos e disse ainda que o que ocorre na Câmara é "brincadeira de criança", comparando com o que se faz na prefeitura de Parauapebas.

O promotor denunciou várias pessoas na Câmara, citando vários crimes, como peculato, fraude em licitação, corrupção ativa e corrupção passiva. Compara com o "Mensalão", onde MARCOS VALÉRIO pegou mais de 40 anos de prisão.

Mas o promotor de justiça tem razão, com tudo isso, gritante e escandaloso, ainda é brincadeira de criança quando comparado ao que ocorre na prefeitura de Parauapebas, sob o governo de VALMIR DA INTEGRAL.

Leia a entrevista completa diretamente na fonte AQUI no CONECTA CARAJÁS, é excelente.

Veja um pequeno trecho abaixo: 

CONECTA CARAJÁS – Quais foram os crimes apresentados na denúncia?

HÉLIO RUBENS – Muitos crimes. Peculato, fraude de licitação, corrupção ativa, corrupção passiva… A quantidade da pena é bem alta. Pra você ter um parâmetro, Marcos Valério pegou mais de 40 anos de prisão e está preso até hoje. Então a coisa é séria, é bem grave.

CONECTA CARAJÁS – E qual a perspectiva do MP sobre a condenação dos acusados?

HÉLIO RUBENS – A prova é toda documental. A possibilidade de condenação é bastante elevada. O lava-jato é da família do Odilon. Já foi do cunhado dele, que era doador de campanha dele, do filho dele e agora é da filha dele. Ele tendo influência na Câmara, fazendo parte da mesa diretora, ou seja, quem decide administrativamente a vida da Câmara, direciona a prestação de serviço onde há gasto de dinheiro público para a família dele. Não pode fazer isso. Nós temos as notas de empenho, nós temos os recibos dados pela empresa. Não tem como fugir disso. A mesma coisa era com a questão dos veículos que eram locados. A grande maioria dos vereadores que prestaram depoimento disse que era um veículo para três vereadores. E a gente sabe que às vezes era até menos do que isso. E a Câmara pagava 20 caminhonetes e 20 carros pequenos. Ela teve, no máximo, sete caminhonetes e um veículo pequeno. Todo o resto era gordura pra ser consumida pela corrupção.

(...)

CONECTA CARAJÁS – Existe mais alguma investigação semelhante a essa na cidade ou na região?

HÉLIO RUBENS – Dentro do Ministério Público, não. Não esqueça que são duas investigações: uma voltada à Câmara e uma voltada à prefeitura [coordenada pelo procurador de justiça Nelson Medrado]. Inclusive eu antecipo que os valores da prefeitura são muito superiores aos da Câmara. Se for comparar por valor, aqui é brincadeira de criança.

CONECTA CARAJÁS – O advogado do vereador Odilon entrou com um pedido de habeas corpus. Qual a sua opinião sobre a possibilidade ou não de ele sair da prisão neste momento?

HÉLIO RUBENS – Considero improvável a liberdade dele porque além dessa situação do aniversário, depois de decretada a prisão dele, ele simulou estar doente pra não ser transferido. Essa simulação só se encerrou quando um médico saiu de Belém, o examinou, fez exame clínico, inclusive com uso de equipamentos e percebeu que ele estava em plena saúde. Esse exame foi feito no vereador Odilon, foi feito em mim e foi feito em outro promotor de 34 anos. O exame do Odilon foi melhor do que o exame desse colega de 34 anos. Isso influencia porque mostra que ele continua tentando se escusar, se eximir da aplicação da lei, como se ele estivesse acima da lei e não fosse um cidadão como outro qualquer. Não estamos num império onde há nobres e plebeus. Aqui só há cidadãos.