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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Ciro Gomes, um Bolsonaro com cérebro - por Marco Atílio

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Por Marco Atílio

É evidente que Ciro Gomes é um sujeito inteligente, não há como negar. Infelizmente inteligência não é garantia de caráter. 

Ciro Gomes muda de opinião – e de partido – como se muda de roupa. Há alguns meses falava em entrevistas que o processo que condenou Lula era uma fraude processual. Chegou até sugerir a formação de um grupo para, em uma ação cinematográfica, resgatar Lula e levá-lo a alguma embaixada. 

Hoje ele diz que Lula é corrupto e responsável por toda a roubalheira na Petrobras, pois sabia de tudo. Diz que avisou pessoalmente ao Lula. Mente descaradamente porque sabe que a pessoa ofendida está isolada e impedida até mesmo de dar entrevista, portanto não pode se defender. Um covarde! 

Em uma entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, durante o processo de impeachment da presidenta Dilma, disse que não haveria golpe porque ele próprio iria liderar uma resistência nas ruas. Dilma Rousseff foi deposta e meses depois Ciro Gomes culpava a própria vítima por ter sido violentada. Um canalha! 

Ciro Gomes também não se cansa de acusar Lula e o PT de ter apenas um projeto de poder, de caudilhismo. 

Ora, Ciro Gomes fez do Ceará um verdadeiro feudo da família Ferreira Gomes. Seu irmão, Ivo Gomes, é prefeito de Sobral. Seu tio, Antenor Ferreira Gomes, foi prefeito de Itapipoca e deputado estadual. Fez de outro irmão, Cid Gomes – o louco –, deputado, governador, ministro e agora senador. Nomeou a ex-esposa, Patrícia Saboya, através de seu irmão Cid, conselheira do Tribunal de Contas do Ceará, mas não sem antes a eleger senadora no ano de 2003. 

O próprio Ciro foi procurador geral do município de Sobral aos 23 anos de idade nomeado pelo próprio pai (ênfase no pai), então prefeito. 

Além da família, há outros casos em que os Ferreira Gomes estendem seus tentáculos. Em muitas cidades, como fortaleza, por exemplo, o prefeito só se elege depois de pedir bênção ao coronel Ciro, como ele é carinhosamente chamado em boa parte do Ceará. Enfim, como pode um sujeito com um currículo desses apontar o dedo pra alguém e acusar de ter um projeto de poder? Um dissimulado! 

Quando falamos de Ciro Gomes e o colocamos no campo da esquerda progressista, nunca é demais lembrar que esse indivíduo nasceu para a vida política no extinto PDS, partido da ditadura militar. Depois passou por PMDB, ajudou a fundar o PSDB e a partir de então passou por quase todos os partidos de direita e centro-direita do Brasil. Nunca militou em um partido de esquerda e é provável que estará no PDT apenas enquanto seus desejos forem atendidos. Um verdadeiro exemplo de caudilhismo! 

Confesso, apesar de tudo ainda nutria uma grande admiração por Ciro Gomes. Mesmo alertado em uma acalorada discussão com meu amigo Lindolfo Mendes de que Ciro não era de confiança, que era apenas uma espécie de Bolsonaro com cérebro, tinha esperança que em um segundo turno dessas eleições veríamos o veio democrático de Ciro Gomes falar mais alto. Ledo engano! 

Depois de não ter passado ao segundo turno, como um menino mimado ou uma espécie de Marina Silva piorada, resolveu tirar “férias”. Virou as costas para seu próprio país ardendo em chamas e foi embora para Lisboa e Paris tomar vinho com a namorada. 

Seu mais recente ato foi uma entrevista à Folha de São Paulo em que desfere todo seu rancor e ódio ao Lula, ao PT e a qualquer outro que o tenha criticado. Chegou ao cúmulo de chamar Leonardo Boff de “um bosta”, um idoso de 80 anos de idade teólogo, filósofo, escritor e professor universitário respeitado mundialmente. 

Ciro é isso: apenas um canalha que sofre de uma diarreia verbal aguda. 

Hoje vejo que estive completamente equivocado sobre Ciro. Mas tenho que confessar uma coisa, não consigo deixar de sentir prazer em vê-lo se tornar um verme político do tamanho que merece, bem menor que Marina Silva.

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