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quarta-feira, 25 de março de 2015

MISSA DE 7º DIA

Blog do Luiz Vieira 

 Convite


A família VIEIRA convida os amigos para a Missa de 7º dia de Maria Reis Vieira (Dona Cota). 

Local: Igreja de São Sebastião (Praça Mahatma Gandhi).

Data: 26 de março de 2015 (quinta-feira)

Horas: 19h30m.


 

 

Mulher Guerreira


          A vida a fez assim. Um misto de alegria, mistério e sobriedade. Forte e destemida, nunca mediu esforços para criar e educar oito filhos com toda a dedicação e amor. Apesar de pouco estudo, criada na roça, foi a primeira professora de todos os filhos e dos filhos de muitos parentes e vizinhos. Vigorosa trabalhadora, cheia de sonhos e ideais não deixou que as intempéries da vida abatesse sua família. Lutou a vida inteira com muita fé e esperança. Imprimiu sua personalidade e honradez em cada um dos herdeiros.

          Essa era Dona Cota,como gostava de ser chamada. Para os mais íntimos, Dona Cotinha; para outros apenas vozinha; para mim, apenas MAMÃE. Mamãe era a força bruta da natureza polida com a labuta do dia a dia e com a experiência da vida. Dedicada e com espírito solidário ultrapassava todas as barreiras para ajudar o próximo. Com natureza andarilha ia ao encontro de todos os amigos, parentes e conhecidos nos confins do mundo. Quem é que teve contato com ela e nunca recebeu uma visita? Impossível! Qual o sobrinho ou neto (biológico ou postiço) não se lembra das inúmeras vezes que a fez companhia em suas andanças? 

          Ver Dona Cota triste ou contrariada era tarefa quase impossível. Para ela não havia tempo ruim. Faça sol ou faça chuva, estava sempre animada e de nada reclamava. Pessoas ruins ou mal intencionadas para ela não existiam. Parece que seu bom humor eliminava os problemas e afastava os maus fluídos. Cantava enquanto trabalhava e enquanto descansava, cantava e tamborilhava. Chegava a ser engraçada! Suas tiradas e suas trapalhadas nos matavam de rir. Assim continuaremos a dar boas gargalhadas até que a vida nos subtraia e nos leve para sorrir ao seu lado.

          A guerreira se cansou. Suas pernas já não respondiam a vontade de sua mente que insistia em não envelhecer. Com pouca mobilidade passou a ocupar seu tempo com a leitura. Lia, lia e lia de tudo. Quando não havia mais nada para ler, catava folhetos de propaganda. Um dia a surpreendi lendo uma revista veterinária. Brinquei: "A senhora está pensando em cuidar de cavalos agora?" 

          Dona Cota resolveu dar sua missão por cumprida nesse plano terrestre. Aos oitenta e cinco anos fechou os olhos com serenidade e tranquilidade. Assim como chegou, partiu. Partiu sem dor, sem sofrimento, mas deixou-nos com o coração partido. Ficou a sensação do vazio, ficou a saudade, ficou a melancolia. Mas ficou também sua lição de vida, sua dedicação, e, acima de tudo, seu sorriso que guardaremos eternamente.

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