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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Folha de São Paulo: maquinistas da VALE usam cabine como banheiro


Maquinistas de trens da Vale vão à Justiça por usar cabine como banheiro

AGUIRRE TALENTO EM SÃO PAULO
Atualizado às 
17h34.

Maquinistas que trabalhavam em trens da Vale no Norte e no Nordeste do país estão obtendo vitórias na Justiça do Trabalho afirmando que não tinham tempo de ir ao banheiro e que, por isso, faziam necessidades dentro das cabines de comando.

Isso ocorria, segundo os processos, porque os maquinistas não podem, por medida de segurança, passar um minuto sem ativar itens na cabine. Se não o fizerem, um alerta automático é acionado e o trem para em 25 segundos --mecanismo usado para certificar a atenção do condutor.

O sistema de alerta dos trens é uma exigência da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), segundo a assessoria da Vale.

Ex-trabalhadores relataram que urinavam em copos ou até pela janela da cabine, mesmo local onde faziam suas refeições. Usavam sacos e jornais para defecar.

A Justiça do Trabalho recebeu dezenas de ações de ex-maquinistas da Estrada de Ferro Carajás, que liga o Pará ao Maranhão. Atualmente cerca de 300 maquinistas fazem esse serviço.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) confirmou decisão de primeira instância e fixou indenização por danos morais de R$ 24 mil a um ex-maquinista da Vale.

A questão é polêmica e tem suscitado decisões diferentes. Segundo a Vale, de 31 ações sobre o tema, 13 foram favoráveis aos ex-funcionários e 18, à empresa.
A advogada Tacyara Duarte, que defende ex-maquinistas, diz que nas ações vencidas pela Vale prevaleceu o entendimento de que os maquinistas podem parar o trem quando quiserem e usar o banheiro com o trem parado.
Divulgação/Agência Vale
Trem da Vale na Estrada de Ferro Carajás, que liga o Pará ao Maranhão; maquinistas são obrigados a usar a cabine como banheiro
Trem da Vale na Estrada de Ferro Carajás, que liga o Pará ao Maranhão; maquinistas são obrigados a usar a cabine como banheiro

OUTRO LADO
A Vale negou que maquinistas sejam obrigados a urinar e defecar dentro das cabines e disse que está recorrendo das decisões desfavoráveis na Justiça do Trabalho.

Afirmou que há paradas durante o trajeto que permitem o uso do banheiro.

A empresa confirmou a existência de dispositivo de segurança para manter o maquinista na cabine.

Diz, porém, que o tempo para o alerta é maior, de 90 segundos. Em um dos processos movidos contra a empresa, contudo, consta que esse tempo é de um minuto.

Segundo a Vale, no trajeto de 265 km entre a estação inicial e a final há 14 pátios de parada. Maquinistas, porém, relataram à Justiça que não sabiam previamente onde seriam as paradas.

Os trabalhadores dizem que só ficavam sabendo 15 km antes da parada.

A Vale informou que preenche "todas as exigências legais de saúde e higiene no trabalho" e que as cabines são higienizadas diariamente.

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